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OMS alerta para risco elevado de surtos de sarampo em mais de metade dos países

Public Health Image Library / CDC

Mais de metade dos países do Mundo estão em risco elevado de ter um surto de sarampo, até ao fim de 2024. O alerta foi dado esta terça-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A OMS advertiu que mais de metade dos países do mundo poderão ser classificados como de risco elevado de surto de sarampo até ao final de 2024, devido ao aumento generalizado de casos.

Segundo a OMS, o número de casos de sarampo declarados no mundo aumentou 79% em 2023, para mais de 306 mil casos, face a 2022.

O ressurgimento do sarampo, uma doença contagiosa de origem viral e que pode ser fatal, é atribuído à baixa cobertura vacinal durante a pandemia da covid-19 – ou a uma “moda dos papás”.

Na semana passada, Portugal confirmou um novo caso de sarampo, na região de Lisboa e Vale do Tejo, elevando para 9 o total de casos registados desde 11 de janeiro, indicou a Direção-Geral da Saúde (DGS) em comunicado.

Perante um aumento alarmante do número de casos de sarampo na Europa no ano passado, a DGS reiterou o seu apelo para a vacinação, recordando que “o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas, podendo provocar doença grave em pessoas não-vacinadas”.

Em janeiro, o ZAP contactou uma profissional de saúde de um grande hospital do país, que lamentou: “Agora é moda os papás não vacinarem as crianças e dá nisto”.

O Programa Nacional de Vacinação – universal gratuito e acessível a todas as pessoas em Portugal – inclui uma vacina contra sarampo, parotidite epidémica e rubéola, logo quando o bebé completa 1 ano. Mas muitos pais recusam aderir à vacinação precoce.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto, através de gotículas infecciosas ou por propagação no ar, quando a pessoa infetada tosse ou espirra, e os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Os sintomas da doença aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois de a pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (que avança da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal.

O sarampo foi considerada doença eliminada em Portugal – já mais do que uma vez – quer pela Direção-Geral da Saúde, quer pela Organização Mundial da Saúde.

Surtos aumentam em todo o Mundo

O número de países com surtos de alto risco, com uma incidência superior a 20 casos por cada milhão de habitantes, aumentou de 32 em 2022 para 51 em 2023, de acordo com a agência da ONU.

Uma vez que em muitas situações as infeções e mortes não são notificadas ou não são associadas ao sarampo, a OMS estima que, na realidade, houve 9,2 milhões de contágios e mais de 136 mil mortes em 2022 (o que representa neste último caso um aumento de 43% de óbitos face a 2021).

A agência da ONU para a saúde salienta ainda que a prevenção do sarampo a nível mundial implica que 95% das crianças recebam duas doses da vacina.

Contudo, a cobertura vacinal no mundo situa-se nos 83% e não regressou aos 86% de 2019, ano em que foi detetado na China o coronavírus que causa a doença respiratória pandémica covid-19.

ZAP // Lusa

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