O Sol está a aniquilar os satélites de Elon Musk

Nunca houve tantos satélites a orbitar a Terra como hoje. Contudo, o Sol está a “matá-los”. Ao mesmo tempo, isso pode ser benéfico e motivo de preocupação.

As erupções solares estão a encurtar a vida dos satélites em órbita terrestre, em especial das grandes constelações como o serviço de Internet Starlink da SpaceX de Elon Musk.

Este cenário pode ser simultaneamente benéfico e motivo de preocupação.

O Sol passa por um ciclo de atividade de 11 anos, atingindo o pico com um período conhecido como máximo solar, que ocorreu mais recentemente no final de 2024.

Como explica a New Scientist, durante estes períodos, o aumento das erupções solares pode criar tempestades geomagnéticas que aquecem a atmosfera do nosso planeta, fazendo-a aumentar de tamanho e aumentando a resistência dos satélites.

Um novo estudo, publicado na semana passada no arXiv, investigou o efeito que isto estava a ter no Starlink. Uma das primeiras conclusões foi que, durante o máximo solar, o tempo de vida de um satélite pode ser reduzido até 10 dias.

Este efeito só está a tornar-se evidente agora, devido a um boom de lançamentos de megaconstelações de satélites, em particular pela SpaceX.

Existem mais de 7000 satélites Starlink em órbita da Terra, que fornecem um serviço de Internet espacial no solo. Mas estão constantemente a ser adicionados novos satélites à constelação, com lançamentos que ocorrem quase todas as semanas. A SpaceX planeia ter mais de 30.000 satélites em órbita no futuro.

Satélites podem atingir o solo mais facilmente

Alguns satélites Starlink são propositadamente lançados na atmosfera no final da sua vida útil, enquanto outros caem naturalmente sob o arrastamento atmosférico quando falham.

Agora, a equipa descobriu que durante os últimos eventos geomagnéticos mais graves, quando 37 satélites Starlink reentraram, os satélites em órbita abaixo dos 300 quilómetros reentraram ao fim de cerca de cinco dias, contra mais de 15 dias.

Os investigadores alertam que este cenário pode fazer com que as reentradas mais rápidas tornem menos provável que os satélites se queimem completamente na atmosfera terrestre, havendo a “possibilidade de um objeto chegar ao solo” – disse, à New Scientist, a líder da investigação Denny Oliveira, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Maryland.

Em agosto de 2024, um pedaço de 2,5 kg de um satélite Starlink foi encontrado numa quinta em Saskatchewan, no Canadá – o único caso conhecido de um pedaço de satélite Starlink que sobreviveu à reentrada (segundo a SpaceX).

ZAP //

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