O arguido tem 18 anos e foi detido em flagrante pela posse de armas. Está também indiciado pela prática do crime de terrorismo.
João, o suspeito do atentado que estava programado para esta sexta-feira na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi travado pela Polícia Judiciária na quinta-feira. É hoje ouvido em primeiro interrogatório judicial.
O jovem de 18 anos foi detido na quinta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), que diz ter impedido assim uma “ação terrorista” e ter apreendido várias armas proibidas.
João frequenta a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), no curso de Engenharia Informática.
Segundo o Público, é um aluno com um perfil discreto, é introvertido, e tímido que seria um consumidor em massa de informação sobre tiroteios como aqueles que acontecem com frequência em estabelecimentos de ensino nos Estados Unidos.
O Expresso afirma que, segundo fonte judicial, “deve sofrer de distúrbios mentais” e não terá tido quaisquer motivações religiosas ou raciais para planear o ataque que se deveria desencadear na instituição em que estudava.
O Jornal de Notícias revela que João é natural de Fátima e residia nos Olivais, em Lisboa. O Correio da Manhã avança que o jovem se diz vítima de “bullying” por parte dos colegas universitários.
Em comunicado com o título “Impedida ação terrorista”, a PJ diz que a investigação que levou à detenção foi desencadeada “por suspeitas de atentado dirigido a estudantes universitários da Universidade de Lisboa”.
Através da Unidade Nacional Contraterrorismo, a PJ começou na quinta-feira de manhã a operação, cumprindo mandados de busca domiciliária.
Fonte ligada ao processo disse entretanto à agência Lusa que o alerta para o atentado foi dado pelo FBI, unidade de polícia do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
A mesma fonte confirmou que o detido tem nacionalidade portuguesa e que o ataque estava previsto para esta sexta-feira de manhã, num contexto muito semelhante ao que ocorre com alguma frequência em escolas norte-americanas.
No entanto, a fonte adiantou que seria um atentado a título individual e não teria por detrás a ação de um grupo.
Referiu ainda que, relativamente a esta cooperação entre as polícias dos vários países no combate ao terrorismo tem levado os Estados Unidos, na sequência dos atentados do 11 de setembro de 2001, a “fazerem um varrimento regular transversal da “dark net” e de “sites” considerados perigosos, o que tem permitido antecipar atentados terroristas”.
Segundo o comunicado da PJ, foram apreendidos “vastos elementos de prova, que confirmariam as suspeitas iniciais”.
Além de armas proibidas foram apreendidos outros artigos, “suscetíveis de serem usados na prática de crimes violentos” e vasta documentação, “além de um plano escrito com os detalhes da ação criminal a desencadear”.
O arguido, detido em flagrante pela posse das armas, está também indiciado pela prática do crime de terrorismo.
Alguns meios de comunicação social avançam que foram apreendidas facas, catanas, bestas, arco e flechas e uma botija de gás. Não foram encontradas armas de fogo.
“Os alunos estão em choque”
Segundo a Renascença, o presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Universidade de Lisboa (FCUL), Luís Miguel Borges, refere que a comunidade de alunos está em choque, com a notícia da organização de uma ação terrorista por parte de um aluno da instituição.
Luís Miguel Borges revela ainda que face a um sentimento generalizado de insegurança, muitos alunos podem não ir esta sexta-feira às aulas. A Associação de Estudantes reclama medidas de apoio psicológico.
“Não é algo que alguém esperasse que pudesse acontecer em Portugal, muito menos na nossa faculdade”, refere o presidente da associação.
“Por isso, é um choque enorme e uma situação que traz preocupações”, diz o responsável pela associação de estudantes que fala num clima de insegurança.
“Todos os alunos se sentem receosos pela sua segurança porque poderia ter acontecido e questionam se poderá voltar a acontecer. Perguntam-se se o rapaz estaria sozinho, que motivações tinha e enquanto não soubermos as repostas há sempre receio”, sustenta.
Carlos Antunes, professor da Faculdade, diz que a segurança vai ser reforçada e que a intenção é “retomar a normalidade, sem receios de ir a exames ou aulas“.
Em comunicado, a direção da Faculdade tinha já avançado que está a colaborar com as autoridades policiais e que os exames agendados para esta sexta-feira vão mesmo ocorrer.
Apoio psicológico em análise
A Associação de Estudantes da FCUL vai, esta sexta-feira, entrar em contacto com o Departamento de Psicologia da Universidade de Lisboa para saber da possibilidade de ser facultado apoio psicológico aos estudantes que assim o solicitem.
“Já propusemos algumas medidas para promover a segurança, em especial nesta altura. O lado psicológico está bastante abalado devido à pandemia e devido à época de exames. Vamos tentar orientar um apoio psicológico e estamos dispostos a ouvir os alunos, principalmente agora com os resultados académicos destes exames e forçar uma solução para os alunos que não os conseguiram realizar”, sublinha Luís Miguel Borges.
Até ao momento, a Associação de Estudantes da FCUL não recebeu pedidos específicos nesse sentido mas o seu presidente diz ter a indicação de que “diversos alunos tiveram ataques de pânico“.
Esta sexta-feira vai ser um dia mais difícil, na Faculdade de Ciências de Universidade de Lisboa, face aos receios manifestados para o regresso às aulas.
“Muitos alunos não irão por medo, outros não estão nas melhores condições para a realização dos exames”, adianta Luís Miguel Borges.
Não me admira nada que sofresse de bulling, principalmente um estudante que vem de uma aldeia e que normalmente são considerados “diferentes” dos outros estudantes da “cidade”… Não estou com isto a tentar desculpar o que pretendia fazer… Mas devemos também analisar o que se passa nas nossas universidades, principalmente as praxes universitárias, que muitos defendem como uma forma de integração na comunidade universitária… integração não se cria com humilhação e raros são os casos de praxes que não humilham um caloiro…
É por estas e outras que sou “contra” as Praxes, pois eles humilham os caloiros, acham-se os maiores, não gostaram do que lhes fizeram e fazem pior aos que vêm a seguir. Toda a gente sabe que há abusos, como o caso da praia, da faculdade de agronomia, entre tantas outras … Os chamados “doutores” grande parte deles andam 6 e 7 anos na faculdade …. Obrigam os caloiros a beber vinho com, sabe Deus o quê, até caírem para se rirem deles, e por vezes chega mesmo a haver abusos. Deveriam acabar com as praxes de vez. Os alunos (com 18 anos) quando vão para a faculdade, para fora do seu meio, sentem-se assustados, ansiosos, preocupados, inseguros, etc. e em vez que serem ajudados são torturados. Já não basta os perigos da sociedade? Ganhem juízo, e lembrem-se que não somos todos iguais.
Boa tarde
Estou de acordo com o seu comentário.
Aliás actualmente as praxes, são uma forma de bulling camuflada.
Não devemos esquecer o que se passou naquela praia onde foram ceifadas aquelas vidas. As praxes são um ” saco sem fundo”, onde se pratica violência por parte de pessoas frustradas ou mal formadas.
Não tem desculpa. Ou desculpamos os atentados de quem quer que seja, simplesmente porque existe “alguma razão”?
Ainda me vou rir quando se descobrir (se for esse o caso) que ele não é nenhum terrorista e isto não é mais que propaganda da PJ e das TV.
É muito curioso como os EUA encontraram um Tuga que frequenta chats na deep web. E nos Estados Unidos da América não são capazes que controlar os seus próprios adolescentes que dia sim, dia não, afirmam no facebook fazer atentados nas escolas…
Pergunto quais são as armas proibidas que encontram…. E quais são as verdadeiras razões pelas quais os EUA fizeram isto que pelo menos já comprometeu um futuro de um jovem Português