Os casos desta doença que afeta o estômago estão a aumentar (muito) e afetam milhões e pessoas todos os anos. É extremamente contagioso, mas há formas de se precaver.
Na semana de 5 de dezembro, foram registados 91 surtos de norovírus, contra 69 na semana anterior. No mesmo período dos últimos anos, registaram-se geralmente 65 ou menos surtos por semana. (Pode não parecer muito, mas é provável que muitos mais casos não sejam registados), realça a CNN.
A médica Leana Wen explica o que é este vírus que tanto tem aumentado, e que afeta por ano entre 19 a 21 milhões de pessoas.
“O norovírus é a principal causa de doenças de origem alimentar nos EUA”, diz.
“Por vezes também designado por vírus Norwalk ou vírus do vómito de inverno, o norovírus é um vírus extremamente contagioso. É uma causa comum de surtos de doença em navios de cruzeiro, onde mais de 90% das doenças diarreicas são atribuídas a este vírus. Também causa surtos em escolas, creches, prisões e outros locais onde os indivíduos entram em contacto com outros”.
O norovírus pode ser transmitido através do contacto direto com uma pessoa infetada ou através de superfícies contaminadas. Se partilhar comida, bebida ou utensílios com uma pessoa infetada, pode apanhar o vírus. Também pode contraí-lo tocando numa superfície que uma pessoa infetada tocou e depois tocando na sua própria boca.
Os sintomas do norovírus são essencialmente gastrointestinais — incluem náuseas, vómitos, diarreia e cólicas estomacais. Algumas pessoas podem também sentir fadiga, febre baixa, arrepios, dores de cabeça e dores musculares. No entanto, a doença é habitualmente curta, durando um ou dois dias.
“As pessoas devem contactar o seu médico se tiverem sintomas específicos preocupantes, se não conseguirem manter-se hidratadas e se forem especialmente vulneráveis a doenças graves”, realça a médica.
Para se precaver, a principal dica é evitar contacto com pessoas com sintomas da doença, e limpar bem todos os utensílios ou superfícies em que elas tocaram. Deve também lavar sempre as mãos antes de comer. Pode ter tocado numa maçaneta de porta, num botão de elevador, numa colher de servir ou noutra superfície que tenha sido tocada por uma pessoa infetada.
“Além disso, tenha em atenção que também existem outras doenças de origem alimentar, como a E. coli, a salmonela e a listeria. Existem precauções adicionais que também podem evitar a propagação destas doenças”, lembra Wen.
“Não beba leite cru, nem coma carne crua ou mal cozinhada. Utilize um termómetro interno e certifique-se de que o que está a cozinhar atinge a temperatura recomendada, explica. “Não coma alimentos perecíveis que tenham sido deixados de fora durante mais de duas horas. Certifique-se de que lava bem os legumes e a fruta e que os mantém separados da carne crua”.