O primeiro motor espacial de fusão nuclear ioniza vapor de água — e passou o primeiro teste

Rocketstar

O Firestar Drive, da Rocketstar, foi desenvolvido em tempo recorde

É o primeiro motor espacial de fusão nuclear, usa água como combustível, foi desenvolvido em tempo recorde, nasceu num guardanapo de papel — e acaba de passar o primeiro teste.

A startup norte-americana RocketStar testou com sucesso o seu FireStar Drive, o primeiro motor de fusão nuclear do mundo para viagens espaciais.

Este motor revolucionário usa água como combustível, ionizando vapor de água para produzir protões de alta velocidade.

Estes protões interagem então com átomos de boro, iniciando uma reação de fusão nuclear que essencialmente gera um propulsor de plasma pulsado (PPT) alimentado a água.

“Isto não é um progresso incremental, é um enorme salto em direção ao futuro das viagens espaciais”, afirma a empresa. “E não é ficção científica”.

Segundo a RocketStar, o pioneiro FireStar Drive supera significativamente os motores de iões tradicionais, ao gerar partículas de alta energia, que resultam num aumento substancial do impulso obtido.

“Estamos entusiasmados com os resultados dos nossos testes iniciais de uma ideia que a nossa equipa está a explorar há algum tempo,” diz Chris Craddock, CEO da RocketStar, numa nota de imprensa divulgada pela empresa.

“Esbocei a ideia inicial num guardanapo de papel, durante uma conferência na Florida, e descrevi-a a Wes Faler, o fundador da Miles Space, que foi brilhante na forma como desenvolveu tanto o propulsor base como o processo de fusão”, conta Craddock.

De uma ideia num guardanapo, o conceito evoluiu para um protótipo financiado pelo programa de Pesquisa de Inovação em Pequenas Empresas (SBIR) da AFWERX, o incubador de tecnologia da Força Aérea dos EUA.

Os testes iniciais revelaram que a injeção de água borada no escape do motor gerou partículas alfa e raios gama, indicadores claros da ocorrência de fusão nuclear.

Os resultados foram tão promissores que a empresa avançou para a Fase 2 do SBIR, durante a qual o processo de fusão não só produziu radiação ionizante, mas aumentou também o impulso da unidade de propulsão em 50%.

Os primeiros passos do FireStar Drive foram recebidos com entusiasmo pela generalidade dos especialistas que o têm acompanhado.

“A RocketStar deu um salto em frente ao aplicar um conceito inovador, criando uma reação de fusão-fissão no escape. Este é um momento empolgante no desenvolvimento tecnológico, e estou ansioso pelas suas futuras inovações”, diz Adam Hecht, professor de engenharia nuclear na Universidade do Novo México.

A fusão nuclear usada no FireStar Drive é aneutrónica, ou seja, não produz neutrões como subproduto, minimizando a libertação de adiação nociva.

Esta é uma característica crucial para a propulsão espacial, por reduzir os riscos para o equipamento da nave espacial e a tripulação, ao mesmo tempo que aumenta significativamente o impulso gerado.

A RocketStar planeia realizar nos próximos meses mais testes em terra e, em fevereiro de 2025, uma demonstração orbital do seu motor a bordo da nave espacial Barry-2 da Rogue Space System.

“É muito excitante poder testar o FireStar da RocketStar”, diz o CRO da Rogue Space Systems, Brent Abbott. “Esperamos poder considerá-lo em futuras missões da Rogue”.

Será este o motor que nos vai levar audaciosamente até onde nenhum homem foi antes?

ZAP //

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