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O material mais caro do mundo custa 135 mil milhões por quilo

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ox.ac.uk

Kyriakos Porfyrakis, undador da Designer Carbon Materials, com um modelo de uma bucky-ball

Kyriakos Porfyrakis, undador da Designer Carbon Materials, com um modelo de uma bucky-ball

Se pensava que a prata, ouro, ou até mesmo a platina eram caras, espere só para saber quanto custa um único grama deste material milagroso que está a ser desenvolvido pelos cientistas para revolucionar o nosso mundo.

Actualmente, custa 135 milhões de euros por grama e é mais um material da família dos nanotubos de carbono, mas desta vez trata-se de átomos de carbono numa estrutura esférica – as chamadas bucky-balls – com um átomo de azoto no seu interior.

O buckminsterfulereno, ou bucky-ball, é um composto de carbono com fórmula C60, em que os átomos se organizam em forma de “gaiolas esféricas”, feito de vinte hexágonos e doze pentágonos.

Foi assim baptizado em homenagem ao arquitecto e inventor americano Buckminster Fuller, conhecido pelo seu design baseado em cúpulas geodésicas com estrutura semelhante à do C60. Agora, quer as moléculas de C60 quer as cúpulas do arquitecto são conhecidas como bucky-balls.

Até agora, a aplicação mais conhecida do design de uma bucky-ball é no fabrico de bolas de futebol de alta competição, que usam precisamente gomos de vinte hexágonos e doze pentágonos.

Leyo, Benjah-bmm27 / Wikimedia

Bucky-ball: esquema do arranjo dos átomo uma molécula de C60, o buckminsterfulereno

Bucky-ball: esquema do arranjo dos átomo uma molécula de C60, buckminsterfulereno

Mas as bucky-balls estão agora a ser usadas como base para o desenvolvimento de um novo material, que pode revolucionar algumas áreas da tecnologia.

O novo material, o “fulereno endoédrico“, é essencialmente uma bucky ball com átomos de azoto no interior, e está a ser criado pela Designer Carbon Materials, uma spin-off da Universidade de Oxford que se especializou no desenvolvimento de nanomateriais avançados.

O fulereno endoédrico está em desenvolvimento há mais de uma década, e irá ser usado para construir um relógio atómico em formato microscópico, que possa ser integrado em simples smartphones ou qualquer outro dispositivo.

Actualmente, um relógio atómico usa materiais que ocupam grande parte de uma sala. Com o novo material, poderemos vir a ter um relógio atómico de pulso.

Embora a perspectiva de manter o registo de tempo com ainda mais precisão pareça inconsequente, há pelo menos uma aplicação que torna essa capacidade bem aparente em termos práticos: a do posicionamento por GPS.

A posição determinada por um sistema GPS está directamente relacionada com a capacidade de se medir com precisão o tempo da chegada dos sinais dos satélites, coisa que actualmente só nos permite ter uma precisão na ordem dos 15 metros, no caso dos produtos comerciais genéricos.

Com este novo material, essa precisão permitiria criar aparelhos de GPS capazes de localizar o seu posicionamento com precisão de 1 mm.

“Imagine um relógio atómico que pode ter no pulso”, diz ao Telegraph Kyriakos Porfyrakis, director do Departamento de Nanomateriais de Carbono da Universidade de Oxford e fundador da Designer Carbon Materials.

“Esta é a próxima revolução na indústria das tecnologias móveis”, diz Porfyrakis.

“Há imensas aplicações práticas revolucionárias para este material”, diz por seu turno Lucius Cary, director do Oxford Technology SEIS, o fundo de investimento da Universidade de Oxford.

“Mas a aplicação mais óbvia é o controlo de automóveis autónomos“, afirma Cary.

Resta-nos esperar que as experiências sejam bem sucedidas e que, acima de tudo, o custo de produção deste material possa ser reduzido para níveis que permitam a sua utilização comercial em grande escala.

ZAP / Aberto até de Madrugada

2 Comments

  1. O material mais caro é a antimatéria com um custo estimado de 25 biliões de euros por grama. Nota: 1 bilião = 10 levantado à potencia de 12 (10^12) = 1 milhão de milhões.

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