O Inverno torna as mulheres mais agressivas e a culpa é dos dias mais curtos

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sodaniechea / Flickr

Cientistas norte-americanos descobriram um elo de ligação entre os dias mais curtos de Inverno e o aumento da agressividade nas mulheres. Tudo por causa de um mecanismo hormonal que não ocorre da mesma forma nos homens.

Estas diferenças entre géneros foram detectadas num estudo em torno da ligação entre certas hormonas sexuais e a agressividade que foi publicado nos Proceedings B da Academia das Ciências britânica.

A investigação, feita com hamsters, permitiu aos investigadores da Universidade do Indiana, nos EUA, descobrir um mecanismo hormonal que associa os dias mais curtos de Inverno com um aumento na agressividade das fêmeas.

As fêmeas de hamsters siberianos, uma espécie que tem um sistema supra-renal semelhante ao humano, expostas a dias mais curtos apresentaram níveis aumentados de melatonina – uma hormona que aumenta no organismo durante a escuridão e que decresce perante a luz do dia – e de DHEA – ou dehidroepiandrosterona, um esteróide que é proibido nas competições de atletismo.

Simultâneamente, apresentaram também níveis maiores de agressividade, bem como mudanças físicas nas glândulas supra-renais que se situam nas extremidades dos rins.

Já as fêmeas que foram expostas a dias mais longos não apresentaram as mesmas mudanças, mesmo aquelas que receberam uma injecção de ACTH – a hormona adrenocorticotrópico que é produzida na glândula pituitária e que estimula o córtex supra-renal.

Os resultados mostram, desta forma, que “a melatonina actua directamente nas glândulas supra-renais das fêmeas para disparar uma mudança de agressividade sazonal de hormonas nos gónadas [os ovários nas fêmeas e os testículos nos machos] para hormonas nas glândulas supra-renais – um contraste significativo em relação à forma como este mecanismo funciona nos machos”, refere o investigador líder do estudo, Nikki Rendon, citado pelo site Science Daily.

Assim, a melatonina desencadeia a libertação de DHEA nas mulheres, hormona que está tanto associada à agressividade feminina como masculina.

Um processo que pode ser uma forma de compensar os baixos níveis de estradiol (um tipo de estrogénio) que  se verificam nas mulheres no período de Inverno.

Os cientistas apontam a melatonina como o principal regulador da agressividade nas mulheres e consideram que os novos dados apurados fornecem pistas “importantes sobre o papel do género nestes mecanismos”, como salienta Gregory Demas, professor de biologia da Universidade do Indiana que também participou na investigação, em declarações divulgadas pelo Science Daily.

SV, ZAP

6 Comments

  1. Acho que o problema do estudo é que os ratos até podem ter estrutura semelhante aos seres humanos. Seres humanos são seres humanos, ratos são ratos.

    O ser humano é uma estrutura que vista no “todo” é totalmente incomparável a ratos. Podemos comparar um carro telecomandado que funciona a gasolina com um carro verdadeiro que funciona a gasolina?

    Não percebo porque o titulo da noticia ou a própria investigação possa indiciar alguma coisa com alteração dos indices de agressividade nos seres humanos… só porque foi testada em ratos. Não entendo… é a minha opinião.

    Usando um site de filosofia da sapo, atenção que a ciencia (a ciencia verificável, experimental) segundo a filosofia é um conhecimento que serve para a criação de teorias faliveis, não um conhecimento que tece a verdade.
    A ciencia é um conhecimento assumido como falível, mas também como progressivo. Portanto não um conhecimento que tece a verdade (algo absoluto, imensurável, que não pode ser discutivel ou exposto a medição). Atenção.
    Pelo menos falo por mim que admito que às vezes deixo-me enredar pelo jornalismo e a forma como “parece” que aqui se está a falar a “verdade” das coisas …que não são “verdade”. Atenção.

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