O cenário preferido de Montenegro para o novo aeroporto

1

Luís Forra / Lusa

Construir o aeroporto em Alcochete é a hipótese que surge no topo da lista do novo Governo, mas 2030 é demasiado ambicioso. Para não se perderem dois mil milhões de euros, há um plano B: expandir Portela.

“O meu compromisso é, no início do Governo, pegarmos no resultado final – que ainda não foi entregue – da Comissão Técnica Independente e decidir. Nós vamos decidir, vamos tentar consensualizar com o PS, que será na altura o maior partido da oposição. Se não conseguirmos, nós avançaremos”, assegurou Luís Montenegro em fevereiro, num almoço organizado pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), sobre algo que parece estar por decidir há uma eternidade: a localização do novo aeroporto.

“Concluir o processo de escolha do Novo Aeroporto de Lisboa e iniciar com a maior brevidade possível a sua construção, bem como de outras infraestruturas indispensáveis, nomeadamente a Ferrovia e o TGV (Alta Velocidade)”, é uma das medidas previstas no programa do Governo, que pouco fala do novo aeroporto.

Acusado pelo adversário Pedro Nuno Santos de “não querer decidir, mas adiar” a decisão, Montenegro estabeleceu como uma das grandes prioridades da AD decidir qual a solução a adotar para o Novo Aeroporto de Lisboa.

E já haverá por esta altura, no Governo, uma solução preferida: expandir Portela e construir o aeroporto em Alcochete, avança o jornal ECO esta segunda-feira.

Alcochete: plano A

Considerada a solução mais vantajosa na Avaliação Ambiental Estratégica conduzida pela Comissão Técnica Independente (CTI) e publicada em 11 de março, Alcochete surge em primeiro na lista do novo Executivo.

O Campo de Tiro de Alcochete é, em princípio, onde “a magia acontecerá” nesse cenário, mas Vendas Novas também foi apontada pelo estudo como “favorável em termos globais”, apesar de apresentar menos “vantagem em termos de proximidade à Área Metropolitana de Lisboa, bem como de tempo de implementação”.

Ainda assim, o relatório apontou que Humberto Delgado + Santarém “pode ser uma solução”.

2030 é ambicioso. Governo tem plano B

O PS de Pedro Nuno já garantiu: apoia a recomendação da CTI e quer avançar — mas não deve acontecer até 2030, data apontada pelo relatório da Avaliação Ambiental Estratégica como ideal para ter a pista no Campo de Tiro operacional.

O novo Governo acredita que o processo deve demorar mais tempo e, para contornar os dois mil milhões de euros que se perdem devido à falta de uma nova infraestrutura, segundo a Confederação do Turismo de Portugal, quer reforçar o número de voos no aeroporto Humberto Delgado, contam ao ECO duas fontes que mantém contactos permanentes com o Executivo.

As obras no Humberto Delgado

O Governo deu um prazo de 120 dias à ANA para apresentar projetos para o cumprimento das obrigações específicas de desenvolvimento no aeroporto de Lisboa, cujas obras têm de estar concluídas até 2027.

Em causa está a “construção de saídas rápidas de pista – pista 03 (atual 02) – Realização da Fase 2 da Saída Rápida H2”, que, de acordo com o contrato de concessão assinado em 2012, devia ter sido executada entre 2018 e 2021, mas tem agora o novo prazo de conclusão até 2026.

Trata-se também da obrigação de construir “entradas múltiplas na pista 21 (atual 20)”, que inicialmente tinha de estar concluída também entre 2018 e 2021, mas foi dado o novo prazo de conclusão entre 2025 e 2027, bem como da “expropriação de armazéns na zona das entradas múltiplas da pista 21 (atual 20)”, que devia ter sido feita também entre 2018 e 2021, e que agora tem como novo prazo de execução entre 2024 e 2025.

ZAP //

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.