/

Nunca houve tantos a ganhar mais de 3 mil euros por mês. 64% satisfeitos com o trabalho

6

Nunca houve tanta gente em Portugal a ganhar mais de 3 mil euros líquidos por mês, e mais de metade dos portugueses está “satisfeito com o trabalho”. Mas Portugal é o quinto país do Mundo mais insatisfeito com os salários.

O salário médio líquido mensal registou, no primeiro trimestre deste ano, o maior aumento das séries do Instituto Nacional de Estatística — uma subida de 6,3%, para 1.090 euros, nota o Dinheiro Vivo.

Segundo os dados oficiais do INE, que remontam a 2011, este é o rendimento mensal depois de descontados impostos e contribuições para o Estado — ou seja, o dinheiro que, efetivamente, o trabalhador leva para casa ao final do mês.

A subida do salário médio nacional é influenciada pelo aumento dos números de trabalhadores a ganhar mais de 3.000 euros líquidos por mês — cerca de 62 mil pessoas. Há dez anos, eram menos de metade.

O valor do ordenado médio líquido também aumenta porque há cada vez mais gente a acumular dois empregos: são agora cerca de 260 mil, diz o Dinheiro Vivo.

Apesar do aumento do salário médio nos últimos anos, o aumento galopante da inflação e das taxas de juro, fruto da conjuntura económica e geopolítica, provocou um rombo no poder de compra das famílias e dos trabalhadores, salienta o jornal económico.

E apesar de mais de metade dos trabalhadores estarem agradados com o seu posto de trabalho, Portugal é o quinto país do mundo mais insatisfeito com os salários, revela uma sondagem da Gallup International e da Intercampus.

“Portugal é o quinto país do mundo mais insatisfeito com a remuneração social”, lê-se no relatório da Intercampus. Ainda assim, diz o relatório, 64% dos portugueses inquiridos defenderam estar satisfeitos com o seu trabalho. Em particular no que se refere ao salário, 45% afirmaram estar insatisfeitos e 39% agradados.

A nível mundial, 65% dos trabalhadores estão satisfeitos com o seu emprego e 47% concordam com a respetiva remuneração. Segundo esta análise, as pessoas mais satisfeitas com o seu trabalho estão na Europa, EUA, Ásia Ocidental e na América Latina.

O país do mundo mais descontente com a sua situação laboral é o Quénia (59%), seguido da Nigéria (36%). Os indicadores que mais pesam para estas respostas são o rendimento e a escolaridade.

A sondagem também concluiu que a inteligência artificial suscita preocupações (38%) a nível mundial. Mais de 20% dos inquiridos não se sentem suficientemente informados para avaliar os efeitos da inteligência artificial na humanidade.

Os jovens são os mais otimistas e quem vê mais oportunidades na inteligência artificial, assim como os inquiridos com mais habilitações, enquanto as gerações mais velhas e as menos instruídas estão mais preocupadas, detalha o relatório da Intercampus.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Estar satisfeito? Como pensionista de baixos recursos, o Estado leva-me o subsídio de férias e o de natal, que já nem chegam, para liquidar o IRS. E tudo porque fiquei viúvo! Quando era casado, eu e minha esposa pagávamos um terço do que hoje pago sozinho!

    3
    1
  2. Algo que me diz que esta sondagem foi feita por um estagiário aos amigos do curso de IT e de soldadores subaquáticos…. Entretanto o resto da malta continua a ganhar os mínimos sem maneira de alterar isso.

  3. É tão lindo falar em médias salariais, sem nunca referir a mediana. É que ao falar só de médias, fica fácil esconder a disparidade de salários de um trabalhador comum para os papa-tachos do governo, e fica a ideia que o país está bem.

  4. É pra especulação. Os salários aumentaram, somente em número, as empresas cortam bónus e o que fica acima do valor vai para a segurança só iL, em realidade, quem ganha 1005€, após os impostos ganha miseráveis 761,48€. Para quem tem casa, carro é filhos é uma miséria todos os meses. O país está uma vergonha e já não são apenas os jovens a partir, já mesmo gente de 40 anos e pouco prefere recomeçar noutro país porque se lá está mau, aqui está pior.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.