O número de mortos em Moçambique devido à passagem do ciclone Idai subiu para 417, anunciou este sábado o ministro do Ambiente moçambicano, Celso Correia, citado pela agência Reuters. O governante acrescentou que a situação permanece crítica.
“A situação está a melhorar, ainda é critica, mas está a melhorar”, afirmou Correia, numa conferência de imprensa no centro de operações de socorro, no aeroporto da cidade da Beira. Segundo o ministro, está a tornar-se mais fácil trabalhar no terreno, mas, “infelizmente, o número de mortos está a aumentar”.
O balanço provisório da passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui aumentou hoje para 727 mortos, com a confirmação de mais 124 vítimas mortais no lado moçambicano, para um total de 417.
O ciclone terá afetado pelo menos 2,8 milhões de pessoas nos três países africanos e a área submersa em Moçambique é de cerca de 1.300 quilómetros quadrados, segundo estimativas de organizações internacionais.
Graça Machel, presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, acredita, no entanto, que o número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai poderá ultrapassar os três milhões e considera que os recursos necessários para a assistência humanitária são ainda muito insuficientes.
“O Governo e as Nações Unidas fizeram um apelo muito por baixo“, afirmou a antiga primeira dama de Moçambique, referindo que cerca de 30 milhões de dólares “servirá só para pôr a bola a rolar. Não se tinha uma avaliação completa da escala e magnitude do problemas”.
Em conferência de imprensa, em Maputo, Graça Machel deixou um alerta: “o mundo que se prepare” para números maiores. “Há de ser necessário, com números mais precisos, fazer um outro apelo e provavelmente um terceiro”, acrescentou.
Segundo C-130 aterrou na Beira
Depois da chegada do primeiro avião na sexta-feira, o segundo C-130 da Força Aérea Portuguesa com apoio português às operações de socorro às vítimas da passagem do ciclone Idai em Moçambique aterrou este sábado na cidade da Beira pelas 10h30 (08h30 em Lisboa).
No avião seguiam uma equipa avançada de peritos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana (GIPS e binómios de busca e socorro), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da EDP.
Já no primeiro, além dos além dos 35 militares, foi enviada uma equipa cinotécnica (homem e cão) da GNR, numa operação coordenada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.
Durante o dia de hoje, é esperada a chegada de um avião comercial fretado pelo Estado português com uma força operacional conjunta da ANPC, com valências nas áreas de busca, salvamento, proteção e socorro em situações de emergência complexas.
Esta é uma resposta ao pedido de assistência internacional para ajuda nas operações de socorro apresentado pelas autoridades moçambicanas no quadro do Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia.
// Lusa