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Engenheiros imprimiram o núcleo de um reator nuclear numa impressora 3D

Brittany Cramer / ORNL

Uma equipa de engenheiros e físicos nucleares tem um plano fora do comum para revolucionar o setor de energia nuclear: imprimir em 3D um reator funcional.

Desenvolver uma nova peça para um reator nuclear é um processo muito caro e demorado. Imprimindo as peças em 3D, a equipa do Laboratório Nacional de Oak Ridge, nos Estados Unidos, poderia facilitar todo o processo de avaliar a peça, uma vez que poderia testar os novos componentes muito mais rapidamente do que se fossem construídos numa oficina convencional, adianta o Futurity.

A equipa de engenheiros e físicos nucleares já mostrou um protótipo do núcleo de um reator nuclear criado através da impressão 3D. O elemento mais importante de um reator nuclear foi impresso como parte do programa Transformational Challenge Reactor (TCR), que propõe mudar radicalmente a abordagem no projeto de microrreatores.

A equipa prevê que, quando entrar em operação em 2023, seja o primeiro reator nuclear do mundo com um núcleo impresso em 3D. “Estamos a tentar descobrir uma forma mais rápida de construir um sistema nuclear com desempenho superior”, explicou Kurt Terrani, diretor técnico do programa.

A indústria nuclear tem a reputação de ser conservadora e resistente à mudança. Terrani teme que, se esta indústria não adotar novas tecnologias, se torne obsoleta em breve.

Apesar de a maior parte do reator conter componentes convencionais, o núcleo será totalmente impresso em 3D com carboneto de silício, um material extremamente resistente e praticamente impossível derreter. É neste núcleo cilíndrico que toda a magia acontece: é responsável por reter o combustível de urânio e os componentes que controlam a reação de fissão.

O núcleo projetado e impresso em Oak Ridge será alojado num reator que não é muito maior do que um barril de cerveja. No entanto, quando entrar em operação, vai ser capaz de gerar até 3 megawatts de energia, o suficiente para atender às necessidades energéticas de mais de 1.000 residências.

Quem sabe se, no futuro, e a par da impressão 3D, a inteligência artificial e outras tecnologias tornem a indústria nuclear capaz de se desenvolver mais rapidamente.

ZAP //

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