Novo império russo vai “ensinar a amar a pátria”: cartaz em Tambov revive a União Soviética

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@ChrisO_wiki/Twitter

O falso império russo conta com a presença de uma Alemanha redividida, Finlândia, Ásia, Mongólia e Alaska

Mapa de um enorme império russo aparenta ser uma combinação da União Soviética e do antigo império russo. Neste mundo imaginário, a Rússia controla a Grécia e a antiga Jugoslávia — e nunca vendeu o Alaska aos EUA.

Um enorme império russo anexa praticamente toda a Europa Central e de Leste, numa combinação da antiga União Soviética com o antigo império russo.

É este o nível de imaginação que se pode encontrar num mapa exibido num enorme painel publicitário na cidade de Tambov, a cerca de 500 quilómetros de Moscovo.

O mapa, divulgado por um utilizador do Twitter, está em exposição num centro de treinos destinado a condutores de tratores, empilhadoras e camionistas e ilustra a União Soviética e países do Pacto de Varsóvia — mas não se fica por aí.

“Vamos ensinar-vos a amar a pátria!”, lê-se — segundo o jornal húngaro Magyar Nemzet — debaixo do cartaz, que inclui o Alaska (sob domínio russo até 1867, aquando da compra do território por parte dos EUA) e até, para surpresa de muitos, a Grécia e a antiga Jugoslávia, que nunca estiveram sob domínio russo.

O “prédio chamado Rússia” já caiu

Cada vez mais os compatriotas russos recorrem a mapas idealizados para reforçar o poderio soviético e supremacia russa.

Em maio deste ano, o presidente do Tribunal Constitucional, Valeriy Zorkin, apresentou a Vladimir Putin — que tem defendido a invasão da Ucrânia como forma de recuperar parte de um território e população, que na sua perspetiva pertencem historicamente à Rússia — uma cópia de um mapa criado no século XVII onde vários territórios foram marcados como entidades independentes, como a Polónia ou a Lituânia, mas não a Ucrânia.

O Presidente russo insistiu, durante um encontro, que a Ucrânia nunca existiu “na história da humanidade”.

“As autoridades soviéticas criaram a Ucrânia soviética. Isso é uma coisa conhecida. E até essa altura não existia uma Ucrânia na história da humanidade”, disse Putin enquanto olhava para o mapa do Império Russo desenhado na França.

Durante a cerimónia realizada no Kremlin, Putin sublinhou que parte do povo russo foi separada do resto do Estado devido a uma “injustiça histórica”, aludindo à divisão da URSS em 15 países independentes em 1991.

“Mas eles nunca deixaram de ser o nosso povo“, explicou Putin, usando o mesmo argumento que tem repetido há vários anos.

O atual líder russo acredita que Kiev deveria agradecer ao fundador da URSS, Vladimir Lenine, por permitir a criação da República Socialista Soviética da Ucrânia.

Putin não hesitou em acusar Lenine de ter colocado “uma bomba atómica sob o prédio chamado Rússia”, que “explodiu mais tarde”, ao reconhecer o direito à autodeterminação dos povos.

Tomás Guimarães, ZAP //

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3 Comments

  1. Se os Espanhóis aderirem a este tipo de saudosismo pacóvio, ainda vão reivindicar a posse de Portugal – além de toda a América Latina!

  2. Ninguém pára o Putin, deixou de haver ordem mundial, é a lei do mais forte e o crime compensa. Estamos no bom caminho!…

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