Apesar dos elogios à forma como a pintora se tornou um ícone do México em todo o mundo, o diplomata diz não compreender as escolhas políticas de Kahlo.
Christopher Landau é embaixador dos Estados Unidos no México há pouco mais de um mês e recentemente visitou a casa de Frida Kahlo. Em seguida, publicou um tweet: “admiro o seu espírito livre e boémio, e com todo o direito tornou-se um ícone do México em todo o mundo”.
O que causou polémica foi o que escreveu depois: “o que não compreendo é a sua óbvia paixão pelo Marxismo, Leninismo e Estalinismo. Sabem os horrores cometidos em nome destas ideologias?”.
Em seguida, choveram as críticas. Vários utilizadores no Twitter responderam ao embaixador, questionando as políticas norte-americanas e as intervenções dos EUA nos países da América do Sul. Entre as respostas, está uma do Partido Comunista do México, que descreve a pintora como “uma defensora do humanismo”.
Muitos criticaram os EUA e sua longa história de interferir nos assuntos internos da América Latina e de outros países ao redor do mundo, muitas vezes contra os governos socialistas. “Em nome da luta contra essa ideologia, os EUA mataram crianças no Vietname, bombardeando aldeias inteiras e apoiando ditaduras em toda a América Latina”, disse um utilziador do Twitter.
Christopher Landau é advogado e esta é a sua primeira experiência como diplomata. Foi votado e nomeado por unanimidade embaixador pelo senado. Fez juramento a 12 de agosto e uma semana depois estava na Cidade do México.
Frida Kahlo é um dos nomes mais conhecidos da cultura mexicana. A pintora, que morreu em 1954, criou cerca de 200 obras e é considerada um dos nomes mais relevantes do movimento feminista. Inspirada na cultura popular do país, empregou um estilo de arte popular ingénua para explorar questões de identidade, pós-colonialismo, género, classe e raça na sociedade mexicana.
Kahlo e o seu marido, o muralista Diego Rivera, abraçavam o marxismo e apoiavam Josef Stalin, o ditador soviético responsável pela morte de milhões de pessoas, muitas das quais morreram nos campos de trabalho dos Gulag.