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Novo Banco interrompe negociações e declara despedimento coletivo

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Tiago Petinga / Lusa

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A comissão de trabalhadores do Novo Banco acusa a administração da instituição financeira de ter interrompido “abruptamente” as negociações e concluído o despedimento coletivo, de forma unilateral, de 56 trabalhadores.

Em comunicado, a Comissão Nacional de Trabalhadores (CNT) do Novo Banco considera que “não foram esgotadas outras formas possíveis de redução de trabalhadores, tais como: reformas antecipadas, rescisões de contrato de forma voluntária e por mútuo acordo, pré-reformas ou mesmo redução do horário de trabalho”.

Estes 56 trabalhadores (mais outros 13 de outras empresas do grupo) tinham recusado a rescisão por mútuo acordo proposta pela gestão de Eduardo Stock da Cunha, motivo pelo qual foi iniciado o processo de despedimento coletivo, que já tinha sido assumido pela administração do Novo Banco em meados de maio.

Na semana passada, o Novo Banco foi obrigado a reintegrar, depois da decisão do Tribunal do Trabalho do Porto, um dos trabalhadores, depois de ter impedido o acesso dos 56 trabalhadores ao local de trabalho.

Este processo, que está a ser acompanhado pela Autoridade para as Condições do Trabalho, já foi discutido na Assembleia da República.

A comissão de trabalhadores critica ainda a postura do governo em relação ao processo de despedimento coletivo.

“Lamentamos o alheamento quase total do Governo e das forças políticas deste país, em todo o processo da redução de trabalhadores no Novo Banco. Estamos perante um banco que pode ser considerado estatal, já que tem uma ajuda do Estado de 3,9 milhões de euros, pelo que não entendemos como é que o Governo não se opôs e não mandou travar de imediato este procedimento”, lê-se no comunicado.

O Novo Banco comprometeu-se perante a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia a reduzir o quadro de pessoal em mil funcionários, através de um plano de reformas e pré-reformas e de rescisões por mútuo acordo, poupando 150 milhões de euros.

De acordo com o relatório e contas do primeiro trimestre do Novo Banco, neste período saíram 436 funcionários. Em 2015, já haviam saído 411 trabalhadores.

ZAP

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