Novo ataque com drone perto de Moscovo. Agora é a Ucrânia a atacar a Rússia?

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Yuri Kochetkov / EPA

O xadrez da guerra entre a Rússia e a Ucrânia pode estar em transformação. Kiev pode já ter dado início à sua contraofensiva.

A madrugada passada começou com relatos de uma explosão ouvida por moradores da cidade de Kolomna, a apenas 110 quilómetros de Moscovo. A agência noticiosa TASS avançou que a explosão aconteceu no ar e poderá ter sido provocada por um drone.

“Há uma grande probabilidade de estarmos a falar de um drone. No entanto não podemos confirmar porque não foram encontrados fragmentos”, revelou uma fonte oficial à agência estatal russa.

Na quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia de lançar um conjunto de ataques com drones a infraestruturas no território russo, nomeadamente perto da capital.

Em Moscovo, houve um incêndio num depósito de petróleo da Gazprom. O governador local disse que tinha sido um drone ucraniano, num ataque dirigido a “infraestruturas civis”.

Um dia depois, “sabotadores” ucranianos terão entrado na região de Bryansk, no oeste da Rússia. O governador local admitiu a penetração em duas aldeias daquela região, onde estão a decorrer conflitos entre russos e ucranianos. Seis pessoas terão sido feita reféns por parte dos soldados ucranianos.

Neste novo ataque, testemunhas alegam ter ouvido um forte zumbido antes da explosão, seguido de fumaça e um clarão. O fumo terá sido visto a sair de uma ponte que liga a estação Pisky a Cherkizovo, segundo a Euromaidan Press.

A confirmar-se, o ataque o drone ucraniano provavelmente visaria uma importante fábrica russa de mísseis hipersónicos, a KB Mashinostroyeniya, localizada na região.

O The Mirror lembra que esta fábrica produz dois tipos de mísseis que têm sido usados frequentemente na guerra com a Ucrânia. A fábrica também produz sistemas de defesa antiaérea e mísseis antitanque.

Uma troca da papeis?

Depois da ofensiva ucraniana na quinta-feira, o Presidente russo falou em “mais um ato terrorista, mais um crime”, argumentando que os ucranianos estão a atacar civis. “Entraram na área de fronteira, onde abriram fogo contra civis. Viram que era um carro civil, que no interior seguiam civis e crianças”, descreveu Putin, citado pela Interfax.

No entanto, há russos que asseguram que foram eles os responsáveis por estes ataques em Bryansk. Um grupo nacionalista russo neonazi publicou no Telegram que esta versão do Governo de Putin sobre “sabotadores ucranianos” é uma “mentira dos propagandistas do Kremlin”. O grupo assegura que não entrou em guerra com civis e que não matou ninguém desarmado.

Segundo a AFP, as regiões fronteiriças têm sido atingidas por bombardeamentos desde fevereiro do ano passado mas não é frequente as autoridades de Moscovo referirem ações de grupos de sabotagem ucranianos.

O serviço de segurança da Rússia (FSB) anunciou ontem que repeliu “nacionalistas ucranianos” que se infiltraram na região russa de Bryansk, fronteira com a Ucrânia, e mataram dois civis. Uma criança de 11 anos ficou ferida, segundo as autoridades russas.

Com a chegada da primavera, o Ocidente antecipa que a Ucrânia impulsione a sua contraofensiva. Kiev conta com a ajuda do armamento moderno que tem recebido dos seus aliados e já não tem a limitação do frio gélido do inverno.

“Este inverno acabou. Foi muito difícil e, sem exagero, todos os ucranianos sofreram dificuldades. Mas conseguimos garantir à Ucrânia energia e aquecimento”, deixou patente Volodymyr Zelenskyy, durante o seu discurso na quarta-feira.

Daniel Costa, ZAP //

3 Comments

  1. Vamos lá por os pontos nos is. A Rússia pode bombardear e matar alvos civis, está mandatada para isso pelo supremo deus da democracia, do direito e do civismo. A Ucrãnia não tem o direito de responder na mesma moeda, só tem é que baixar as calças e aceitar o que lhe fizerem.

  2. A ser verdade , lá vamos no bom caminho para una terceira Mundial ! ….Só posso ter vergonha da espécie Animal Bípede que somos , que de racional nada tem !

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