Com uma nova máquina do tamanho de uma torradeira, já é possível entrar numa sala e saber quem é que carrega coronavírus.
Em apenas cinco minutos, o aparelho é alegadamente capaz de detetar sete das 35 partículas virais por litro de ar — uma eficácia semelhante à dos testes nasais PCR, mas com atuação muito mais rápida.
Ao absorver mil litros de ar por minuto, o novo aparelho prende o vírus com um “ciclone artificial”, ao criar uma espiral do líquido a grandes velocidades, explicou o responsável pela equipa que trabalhou três anos no aparelho, Rajan Chakrabarty, segundo o Science News.
Uma vez concentrado, o vírus é submetido a análise, enquanto qualquer vírus não capturado no líquido é filtrado por um filtro HEPA (High Efficiency Particulate Resistance), uma tecnologia com alta eficiência de filtragem e separação de partículas.
O líquido, no final, é bombeado para um biossensor, que consiste num elétrodo preso a um nanocorpo de alpaca, já há muito considerado capaz de bloquear a entrada do Sars-CoV-2 nas células humanas.
Os nanocorpos são restos de anticorpos presentes na família de animais dos camelídeos (como alpacas ou lamas) e podem ser adaptados e usados nos seres humanos.
O Ty1 — nanocorpo que revela uma maior capacidade de neutralizar o SARS-CoV-2 — associa-se à parte da proteína spike que se conecta ao recetor celular ACE2, usado pelo coronavírus para infetar as células. Desta forma, como o espaço passa a estar “ocupado” pelo nonocorpo, o patógeno não consegue entrar na célula e infetá-la.
O novo dispositivo, já testado, será “capaz de detetar o vírus em concentrações baixas”, mas ainda há certas arestas por limar.
Uma delas é o barulho ensurdecedor que emite, semelhante a um aspirador, o que pode constituir entrave ao seu uso comum em salas de aula ou em escritórios.
O seu preço atual, compreendido entre 1246 e 1691 euros, também é demasiado elevado para uma versão comercial.