/

Nova crise financeira é inevitável. E Portugal pode sofrer “brutalmente”

34

As crises financeiras são como os sismos: ninguém sabe quando chegam, mas é certo que vão chegar. É o professor catedrático João Ferreira do Amaral, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa, quem o diz, vaticinando que, mais tarde ou mais cedo, haverá nova crise e que as consequências podem ser “brutais” para Portugal.

As crises são “um bocado como os sismos: sabemos que vão existir, mas não sabemos nem quando nem com que dimensão e com que intensidade”. É o economista João Ferreira do Amaral quem o refere numa entrevista à Rádio Renascença, salientando que “numa perspectiva histórica da economia mundial, um período de cinco a seis anos sem crise seria já bastante bom”.

“Não está nas nossas mãos e é inevitável que haja crise financeira“, destaca o professor do ISEG, realçando que “pode é não ser já nos próximos cinco anos, pode ser daqui a mais tempo”.

Mas é certo que se surgir uma nova crise como a que começou em 2007, pode ter “efeitos piores” em Portugal, “porque o nosso nível de endividamento [público] é maior do que o que tínhamos em 2008 quando a crise apareceu”, diz.

“Fazemos parte dos três países que aliam um maior endividamento externo a um alto nível de dívida pública”, constata João Ferreira do Amaral neste entrevista, juntando Portugal, Grécia e Chipre no mesmo saco. “Esses países estão na calha para sofrerem brutalmente com uma eventual nova crise financeira, que é inevitável que venha a existir”, considera.

O economista refere que “podemos ter esperanças de que a crise não seja tão profunda como foi a outra”, mas ele pessoalmente diz-se “muito pouco optimista em relação aos mecanismos reguladores mundiais”. “Acho que não se avançou quase nada naquilo que esteve nas origens da crise financeira de 2007 e que depois se estendeu”, aponta.

O professor catedrático nota que está muito mais preocupado com a dívida externa do que com a dívida interna. “A dívida pública continua a poder reestruturar-se mesmo internamente”, enquanto que “a dívida externa torna-se muito mais complicada porque faz-se sentir através do sistema bancário e põe em causa o sistema bancário se houver uma nova crise do sistema financeiro internacional”, diz.

Foi precisamente por existirem estes “dois grandes défices” que a política de austeridade “foi extremamente exagerada”, repara o economista, destacando que “era, à partida, muito mais difícil, exactamente por existirem estas duas dívidas”.

Perante estes receios, João Ferreira do Amaral aponta o aumento do crescimento económico e das exportações como as formas de proteger a economia portuguesa das consequências mais graves de uma nova crise.

O economista que foi contra a adesão de Portugal ao Euro, considera ainda que o aumento dos partidos com posições eurocépticas e mais extremas, seja de extrema-direita ou de extrema-esquerda, no Parlamento Europeu, como resultado das eleições europeias deste domingo, pode até ser bom para a União Europeia (UE).

“Isso à partida pode até não ser tão mau se obrigar os outros a terem mais responsabilidade naquilo que fazem”, afiança João Ferreira do Amaral, apontando que “tem havido uma espécie de irresponsabilidade ao nível do que [os Governos] decidem a nível europeu”.

Sobre a moeda única, o economista diz que “não cumpriu os objectivos” para os quais foi criada. “Não deu crescimento adicional à Europa e, pelo contrário, cresceram até mais os países fora da moeda única”, nem deu “maior coesão política aos países que fazem parte da Zona Euro, pelo contrário, formaram-se clivagens muito importantes e significativas entre o chamado Norte e o chamado Sul”, constata.

SV, ZAP //

34 Comments

  1. Ahahahah, depois da derrota, não perdem tempo os arautos do Diabo. Não há crise, mas estes mensageiros da desgraça, tratam de provocá-la. E se fossem todos para a pqp?

  2. Caro Sousa, deve ser dos que entende a matemática de um modo diferente, mas 1-1 é 0 e não 2 como os políticos apregoam. Se conseguir perceber isto talvez lá chegue.
    Infelizmente para nós o Sr. Professor (com maiúscula) tem razão na sua análise.
    Se olhar para a história recente verá que tudo se conjuga novamente para mais do mesmo (ou pior pois a ultima crise foi muito recente).

  3. Tem TODA a RAZÃO AN. Infelizmente p/ nós q somos governados por sanguessugas, displicentes, só querem saber do seu bem estar e não dos portugueses. Quem trabalha p/ os politicos somos os escravos não tenham ilusões. efetivamente o n/ défice externo está PIOR do que NUNCA. Os politicos vem c/ falinhas mansas e o POvo vai na cantiga. NÃO acreditem no que eles vos dizem. O país Não está NADA bem.

  4. Então mas o Dr. Costa, a Sra. actriz Catarina e o Sr. metalúrgico não dizem que isto está tudo rosa!?!?
    Estes arautos da desgraça, como era também o Prof. Medina Carreira, são uns chatos. Qualquer dia ainda provocam um abrir de olhos colectivo. E, depois, o que fazemos com os ilusionistas, vendedores de sonhos e demais artistas?

  5. Não estou a perceber, mas então não era tudo lindo, maravilhoso, a saida da crise não tinha sido feita à custa do milagre Centeno e Costa, estava tudo oba oba, tudo fabuloso, a crise tinha sido vencida, etc etc etc?
    Realmente Portugal é o país dos enganados na vida. Acreditam que comunismo e socialismo é bom e que é a saída para tudo, que o dinheiro nasce nas árvores, brota do chão e que não há que trabalhar porque os subsídios servem para isso mesmo, para gerar mais riqueza. Oh meu Deus quanta ignorância e estupidez mesmo.
    A fictícia saída da crise deveu-se a um aumento brutal da dívida pública que estava mal, agora ficou muito muito pior e práticamente impagável. Os jobs for the boys and the family é de arrepiar.
    Mas como o povo Português continua a gostar de ser enganado então olhem, que se dane, deixa estoirar de uma vez por todas. Pode ser que levem o país a uma ruína de tal forma que chegue a níveis insuportáveis e o país arruine de vez. Pode ser que aí vejam que as patranhas socialistas e comunistas só funcionam para os lorpas que estão no governo a roubar o que podem (vejam o caso da Venezuela, da Russia e de tantos outros). A propósito o Sócrates era fantástico…. a roubar à maluca! Mas deixem roubar que Portugal é um país com enormes riquezas e tem muito dinheiro. Quanta estupidez!
    Eu fiz o que deveria ter feito há muitos anos atrás, IMIGREI de vez para um país conde me sinto muito bem, ganho o meu dinheiro, pago os meus impostos e vivo feliz da vida no melhor país do mundo: Estados Unidos! Todos criticam mas todos querem vir para cá e depois de estarem aqui nunca mais querem voltar. Por alguma razão dizem “o sonho americano”. Não votei porque estou aqui e sinceramente Portugal não faz mais parte da minha vida, desiludi-me de ver as coisas a funcionar. Quando um luta luta luta e vê que afinal está sozinho apercebe-se que afinal quem estava errado era eu e como quem está mal muda-se, eu mudei-me e estou a criar riqueza noutro país.
    Continuem assim que estão muito bem, no caminho que escolheram!
    Socialismo e comunismo: NUNCA O VOU ACEITAR porque ao longo dos meus 56 anos de vida já vi muita coisa

    • O nosso país está na situação em que está também por causa do teu novo país.

      A outra razão é a desregulação da economia. O capitalismo.

      A América livre é uma ilusão. Uma anedota. É um estado policial.

  6. Isto são “previsões” que qualquer “bêbedo de tasca” faz – eu queria saber que soluções propõe o professor catedrático!…

    • O problema é que muitos nem sóbrios veem o que outros conseguem ver totalmente alcoolizados. E tu, estás seguramente nos primeiros.

      • A tua inteligência e clarividência é que não te permitem compreender o que te rodeia. Pode ser apenas falta de clarividência ou uma constante bebedeira em que estás imbuído. Vou pela segunda.

    • E quanto a soluções, o amigo é um pouco tontinho! Então se a crise é internacional é óbvio que não a conseguimos alterar. Apenas a temos de considerar nas nossas ações. E duas dessas ações já deveriam estar a ser feitas agora, nomeadamente a redução da dívida pública e o folgar do cinto fiscal de forma a depois ser possível agravá-lo para aumentar a receita fiscal quando esta for realmente necessária. Caso contrário nessa altura já temos o cinto bem apertado. Com a crise não poderemos apertar mais! Já está tudo esmifrado. Isto é tudo erros atrás de erros. E depois seria sempre de evitar aumentar durante o atual período a despesa corrente do estado em 5 mil milhões de euros. A receita em breve vai-se, e a despesa não só cá estará com estes 5 mil milhões como ainda acresceremos os maiores encargos decorrentes do desemprego.
      É só asneiras atrás de asneiras e brevemente voltaremos a pagar caro tudo isto. O FMI voltará cá em menos de 10 anos. E isto também segundo o amigo será uma previsão de “bêbedo de tasca” mas não deverei errar. Se calhar apenas por vir antes.

      • Ui… tantas palavras para não dizer absolutamente nada de concreto!!…
        Bravo!…
        Pereces mesmo o “bêbedo de tasca” – “ele” também trata desconhecidos por “amigo”!…
        E claro que “ele” também já previu a nova vinda do FMI – e até do diabo!
        É tipo a previsão” dos os signos; dão para tudo/todos!…

      • A avaliar pela escrita e pelas conclusões que tirar tens mesmo um sério problema com o álcool. Larga isso Eu!

      • Nada de concreto?! Olha que o FMI disse três medidas efetivas! Deves andar com problemas de leitura.

    • Olha, este já está á rasca ! Estes esmola-dependentes, ficam aflitos quando se pode perspectivar, num clima de crise grave, a saída da governança vermelhoide, da qual dependem entusiasticamente.

    • Esta geringonçada tem um prazo de validade. Dura até uma crise ou o país bater no fundo, como já vai a caminho. É inevitável que o estado de graça do indiano vai começar a esbater-se. O pior é que o país real vai seguindo um caminho paralelo de penúria, rumo a um futuro e novo abismo.

  7. Como é possível este Professor vir agora, depois da grande vitória das forças progressistas, com este agoiro, tao real mas tao desajustado no tempo? Só a reinar com a malta, é possível afirmar que por aqui há crise, há impostos asfixiantes, há cuidados de saude para todos, mas especialmente para aqueles que não precisam, há ensino de grande nível académico em todos os graus, mas só depois de o soviético ter mandado os privados dar uma curva, há um sector industrial com dificuldade competitiva porque os impostos desequilibram os custos, há a área bancária que, depois da exemplar governança do BPN e da expansiva e aristocrata gestão do BES, ainda não conseguiu pôr a cabeça fora de água, há uma administração pública que já vai com 700 mil funcionários mas que precisa de muitos mais porque trabalham, trabalham! mas está difícil e, estava a olvidar- me- uma dívida pública externa impagável e interna que o pessoal cá vai atamancando. Mas a dívida externa que, sem se dar por isso, lá vai cavalgando, é que nos vai levar na enxurrada quando os camones e os outros espirrarem. Gostaria de Estar a Incorrer num Grande Equívoco mas só o tempo falará. Deixo uma ideia final… se isto correr mal que sejam as esquerdas a governar e com maioria absoluta para poderem orientar o povinho, sem constrangimentos.

    • Vitória das forças progressistas ?! Deixa-me rir ! BE e PCP (CDU) têm o mesmo nº de deputados, assim como PSD e CDS e o PS têm apenas mais um deputado, vindo casualmente do Marinho Pinto. Aliás o PS teve um resultado pífio, um poucochino + 1%, o que denota que o partido está em maus lençois. A governação só para o défice e “tudo em família” começa a denotar afrouxamento, um princípio de erosão.

    • Se as esquerdas rebentarem isto, mais uma vez, que seja os próprios a aguentar a fava e não a outro governo (inocente) e ao povo português, como aconteceu anteriormente.

  8. A função pública é inpagavél
    Enquanto não reduzirem os ordenados e regalias aos burgueses vamos andar de crise em crise

  9. Continuam a atirar a culpa para os políticos e banqueiros ?

    Pois então:
    1) Os políticos fazem politicas de ***** e são corruptos porque há dinheiro e poder a mais em 10% da população, os ricos,em particular, o tal 1%, que fazem o que querem cá e no mundo.
    2) Os lideres bancários fazem parte dessa elite e como os políticos, também desempenham o seu papel corrupto e sujo.
    3) O verdadeiro problema está nos ricos mencionados acima, que subjugam o sistema político, económico, financeiro, industrial, militar, social, e mais.
    4) Não esqueçamos que o povo português é aldrabão e aproveitador por natureza, sempre a tentar enganar, sempre a querer ficar por cima, a tentar-se vingar, a culpar os outros povos, em vez de se focar em ser honesto, produtivo, motivado. Esta sociedade automutila-se e autodestroi-se.

    Então se o povo é assim, como podem os políticos e banqueiro do mesmo povo serem muito diferentes? São eles os únicos culpados?

    Evoluam meus caros.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.