Nota 10 para um Rio “demolidor”, 5 para a Justiça e 1 para Pinho (que corre o risco de ser um Sócrates II)

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

No seu habitual espaço de comentário na SIC, na noite deste domingo, Luís Marques Mendes elogiou o líder do maior partido da oposição, pelos discursos no Congresso deste fim de semana, e atirou contra a Justiça portuguesa, criticando em particular a investigação à EDP.

O fim de semana foi dominado pelo Congresso do PSD e o comentário de Luís Marques Mendes no Jornal da Noite, na SIC, também.

O comentador político centrou as atenções nos dois “bons discursos” de Rui Rio, “sobretudo o deste domingo, mais virado para o país”.

“Rui Rio falou como líder da oposição e como candidato a PM. Como líder da oposição fez um discurso muito assertivo e eficaz. Provavelmente, o discurso de oposição mais eficaz que Rio fez até hoje. Foi certeiro e demolidor para o Governo. Bem estruturado e com bons sound bytes“, elogiou.

Já o discurso como candidato a primeiro-ministro “foi claro” nas alternativas, mas “ausente” nas propostas concretas.

“Quer ser diferente na economia, nos impostos, na saúde, na educação e no ambiente. Mas faltam as propostas concretas. Julgo que é de propósito. Rio quer lançá-las em janeiro, já em tempo de debates, e não agora para não perderem impacto”, aponto o ex-presidente do PSD.

A seletividade nos apoios sociais foi um piscar de olho à direita, de modo a esvaziar o discurso do Chega, enquanto a aposta em melhores salários, a redução fiscal e a valorização dos professores foi uma aproximação clara ao eleitorado do centro.

“Já se percebeu: é este o discurso que Rio vai usar na campanha eleitoral.”

“A seguir a Rui Rio”, quem mereceu destaque foi Carlos Moedas, que conseguiu “a melhor intervenção” depois do líder social-democrata. “Aqui está um político com carisma. Vai ser a grande figura do partido no futuro”, sublinhou Luís Marques Mendes.

Manuel Pinho tem de se explicar

A semana agitada em termos de Justiça teve também reflexo no comentário semanal do conselheiro de Estado, que considera que o antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, tem de dar explicações sobre o dinheiro que recebeu do Grupo Espírito Santo (GES) quando era membro do Governo.

“Um comportamento destes não é normal. Não é normal um ministro em funções estar a receber uma avença de um grupo privado. Isto gera uma suspeita de promiscuidade”, disse.

As questões jurídicas competem aos tribunais, mas Marques Mendes tem a certeza de uma coisa: Pinho não pode continuar em silêncio. “Já há muito tempo que devia ter explicado isto. Se não explicar, comporta-se como Sócrates“, atirou.

As críticas estenderam-se à Justiça, com Luís Marques Mendes a salientar que a Justiça e o Ministério Público (MP) não sabem “lidar com processos mediáticos”.

Além do caso Manuel Pinho, o comentador apresentou outros casos como a Operação Marquês, as Parcerias Público Privadas (PPP) ou o caso Tancos, como exemplos de investigações que se arrastam há anos.

“A investigação à EDP arrasta-se há quase uma década; a investigação sobre as PPP rodoviárias levou 11 anos; a Operação Marquês e o caso BES ninguém sabe quando chegam a julgamento; o caso Vistos Gold foi uma derrota para a Justiça; o caso Tancos para lá caminha. Um desastre”, classificou.

“Todas estas situações minam a confiança das pessoas na Justiça” e dá “força aos partidos radicais”.

A boa notícia da semana no âmbito jurídico foi a detenção de João Rendeiro na África do Sul, no segundo caso judicial que marcou a agenda social e política.

Uma excelente decisão do juiz sul-africano. Bem estruturada e fundamentada. Uma boa vitória para a justiça portuguesa. Espera-se que o MP apresente agora o pedido de extradição. A tempo e horas e de forma eficaz”, considerou Luís Marques Mendes.

Liliana Malainho, ZAP //

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2 Comments

  1. Luís Marques Mendes, nos seus comentários, já que o faz num canal de TV, deveria ser imparcial, todavia, não conseguiu separar as águas e, são estes comentadores a soldo do partido que, em vez de comentarem, publicitam, fazem campanha.

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