João Rendeiro detido na África do Sul

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Tiago Petinga / Lusa

O ex-presidente do BPP, João Rendeiro

O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) foi detido, esta madrugada, na África do Sul, anunciou a Polícia Judiciária (PJ).

Segundo avançou a SIC Notícias, João Rendeiro foi detido, esta madrugada, num hotel de 5 estrelas na cidade sul-africana de Durban, na sequência de uma ação conjunta da PJ com as autoridades sul-africanas.

Numa conferência de imprensa realizada esta manhã, Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária, começou por agradecer às autoridades policiais da África do Sul e também ao Serviço de Investigação Criminal de Angola (SIC), que ajudou a estabelecer este contacto com as autoridades.

Luís Neves revelou que a saída de Rendeiro do Reino Unido foi detetada a 14 de setembro e que este entrou na África do Sul a 18 de setembro e que a sua fuga foi “preparada durante vários meses”. Quando a mulher do banqueiro foi detida e revelou a localização do marido já a PJ tinha essa informação, acrescentou.

Por lá, o diretor nacional da PJ disse que o ex-presidente do BPP esteve na “zona mais rica” de Joanesburgo, ficando em “hotéis de 5 estrelas”, e que não andava disfarçado, mas “tinha muitos cuidados”.

Reagiu com surpresa e não estava à espera da detenção. (…) João Rendeiro dizer que não está fugido é patético, no mínimo”, afirmou aos jornalistas.

O responsável da PJ disse que tudo será feito para que “a justiça seja materializada” e que há possibilidade de extraditar o antigo banqueiro, ao contrário do que tem sido veiculado, porque há um acordo de cooperação em matéria penal com a África do Sul.

Neste momento, aguarda-se a decisão das autoridades sul-africanas quanto às medidas de coação a aplicar, embora a PJ já tenha mostrado que se trata de uma “pessoa com grande capacidade económica, o que lhe dá grande mobilidade”, e que, portanto, há um “enorme perigo de fuga”.

“Será presente às autoridades nas próximas 48 horas. (…) Face ao enorme perigo de fuga e à sua personalidade, iremos reforçar a necessidade de uma medida de prisão”, explicou.

Ainda de acordo com a SIC Notícias, o porta-voz policial sul-africano adiantou que o ex-banqueiro encontra-se detido numa esquadra da polícia em Durban e irá comparecer no Tribunal da Magistratura de Durban na segunda-feira.

No final de novembro, o ex-presidente do BPP deu uma entrevista à CNN Portugal, em que garantiu que só regressava a Portugal se fosse ilibado ou com um indulto do Presidente da República.

Na altura, questionado sobre o seu paradeiro, Rendeiro não quis responder abertamente, mas revelou estar num sítio onde se fala português, perto do mar.

Rendeiro está em fuga desde 28 de setembro, data em que foi notificado para voltar a Portugal para ser ouvido pela juíza Tânia Loureiro Gomes, que o tinha autorizado a deslocar-se ao estrangeiro em trabalho.

O antigo banqueiro está condenado em três processos a penas de 10, 5 e 3 anos de prisão. Em causa, para já, a pena de 5 anos que transitou em julgado por crimes na gestão do BPP, em que foram lesados vários clientes. As outras ainda estão em fase de recurso.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

ZAP //

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13 Comments

  1. Este Estado é uma pouca vergonha. E ainda por cima a PJ a gabar-se. Rendeiro roubou ao Estado e pouco aos clientes e é apanhado. O Outro Salgado roubou tudo a todos e anda à solta a gozar a reforma.

  2. Ao ex-Presidente banqueiro do ex-BPP foi -lhe aplicada pena de prisão efetiva por prática de Crimes conexos com o exercício da Administração/Gestão Executiva Bancária em Portugal (Fraude Fiscais, Fraude Contabilistica, Falsificação Material e Intelectual de documentos de suporte de operações financeiras, Branqueamento de capitais). A questão a saber é quem tem o Papel de Supervisão e de Prudência de Falência de Instituições Financeiras? Qual o Papel do Banco de Portugal? E na emissão de instrumentos financeiros qual Há mais é o Papel da CMVM de Portugal? Onde está o Controlo e a Auditoria de instituições financeiras? … E o caso do Grupo BES?! …São as fragilidades do sistema financeiro português que estão só agora a “bombar” após Crise financeira dos EUA de 2007/2008. E esta hei?! Há

  3. Parece que, em Portugal, ninguém controla a atividade financeira das sociedades financeiras de Portugal. Ninguém quer saber. Para que servem a Autoridade Monetária de Portugal (BdP) e a Autoridade de Regulação e Fiscalização dos Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) (instrumentos financeiros emitidos em território português)? Quem controla o quê? E quem fiscaliza o quê?… Até parece que os banqueiros em Portugal fazem o que querem! Depois quando as coisas acontecem (brincadeira de policiais e de ladroes e de Justiça!!!!

  4. …Isto não é Corrupção financeira. Mas, a prática de atos de Corrupção também significa concorrência desleal e violação da legalidade procedimental com resultado lesivo na esfera de terceiros, independentemente do montante de dinheiro envolvido. A Corrupção não é apenas o suborno e a obtenção de vantagens ilegítimas. A Corrupção é uma prática censurável por violação do princípio da legalidade e do mérito procedimental (Por exemplo, obtenção de Subsídios do Governo, Contratação Pública, Procedimentos de concurso público de Recrutamento de Dirigentes Públicos nos termos da Lei e da Ordem jurídica.

  5. A opressão de liberdades de expressão e de imprensa em Portugal pode ser considerada Crime de facto. A Xenofobia étnica e a discriminação humana são socialmente censuráveis. A informação não é a opinião do politicamente correto. A Democracia plena está em causa quando não há Liberdade de expressão e de imprensa. Para que serve Ensinar? Para que serve Inspecionar? Para que serve a investigação criminal… ninguém quer saber.

  6. Está tudo politizado em Portugal. Onde está a demonstração da verdade material das coisas da vida coletiva? Onde está o mérito e a realização da Justiça? O que é certo? e o que é errado? A informação não é uma opinião pessoal. A informação objectiva tem a ver com tudo aquilo que se transmite da factualidade verificada de atos, de práticas e de acontecimentos reais. A opinião e gostos e preferências são coisas diferentes de informação objectiva.

  7. Pior do que Rendeiros, Salgados, Caldeiras, Pinhos…. Sócrates…. somos Nós, os esquecidos.
    Eles, roubam, gastam, passeam e passados uns anos, ninguém se lembra de nada.
    Com jeito ainda dizemos, coitados ….
    Uns fogem, outros ficam com Alzeimer , outros voltam e são reeleitos, outros dão em comentadores…. enfim!!!
    O estado vai pagando o que eles roubam e o povo nem entende que o Estado, somos Nós. Somos Nós que pagamos a estes ladrões sem moral portanto, quem anda mesmo mal, somos Nós, o povo.
    O mesmo povo que em tempos idos conquistou meio Mundo e agora snda de mão estendida….
    Tenho vergonha da pobreza de espírito de Nós, povo sem memória…

  8. A sentença de qualquer LADRÃO deveria ser obrigado a devolver TUDO o que roubou, para pagar as despesas com tribunais, PJ (que deviam receber mais) , etc.), agora eles roubam 100.000.000€ e têm de pagar 3.000.000€, sem falar de quando são reduzidas para 1.000.000€, com isto “O crime compensa”. Devimos fazer todos o mesmo, a ver se tínhamos todos a mesma sorte destes fulanos sem vergonha na cara.

  9. o socrates o granadeiro o bava o Bsad aqui tao perto e querem apanhar um bandido na africa do sul. comecem pelos que estao a mao . e bom nao esquecer qe alguns roubaram cidadaos incautos…outros depredaram o bem publico…… que tal senhor costa…..ja esqueceste de deixar elogios ao bandido mor …….

  10. Eu gostava de saber quando apanham aqueles que foram buscar dinheiro à CGD e não foram condenados . Houve um que não me lembra o nome que foi pôr milhões que pediu à caixa em Malta. Paraíso Fiscal.
    Perante a indiferença dos governantes os nomes dessas pessoas estiveram encobertos.
    Perante a indiferença pagamos taxas e taxas e sujeitam-nos a restrições . Os juros ficam para eles. O buraco estava lá.
    Soluç~
    ao do Corvelho privatiza-se como o Velho banco e poi pata alimentar esse cancro é pagar de milhões para cima.

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