Em Espanha, o plano terá quatro fases e privilegiará um aligeiramento de restrições gradual e assimétrico. Da mesma forma, a vizinha França anunciou desconfinamento “geográfico”, mais facilitado em regiões menos atingidas, e a reabertura de escolas sob condição.
O Governo espanhol aponta um prazo de oito semanas para articular o “plano de transição para uma nova normalidade” que, em quatro fases, visa recuperar a vida normal e retomar a maior parte possível da atividade económica no final de junho, avança esta quarta-feira o Expresso.
Pedro Sánchez deu a entender que o plano será guiado pela vigência do estado de alerta, que deverá ser prorrogado de quinze em quinze dias até ao final do processo. O governante explicou que o plano obedecerá a critérios de progressividade, assimetria e coordenação, o que significa que se estabelecer-se-á uma série de regras gerais, válidas para todo o território, que depois serão executadas a velocidades diferentes em função do cumprimento de parâmetros objetivos.
Desta forma, as fases do plano decorrerão de forma diferenciada em cada comunidade autónoma, província e município. A fase 0 começa já a 4 de maio e corresponde à preparação do aligeiramento das medidas, com o alargamento a pessoas idosas da autorização para sair de casa para passear ou fazer desporto. Os restaurantes vão poder abrir e fazer as alterações necessárias para aplicar as medidas de proteção e preparar comidas para levar para casa.
A partir de 18 de maio dá-se início à fase 1. Nesta fase, abrirá o pequeno comércio e serão instaladas esplanadas em sítios autorizados, limitando a lotação a 30% do habitual. Também recomeçarão a funcionar hotéis e alojamentos turísticos, e serão reabertos locais de culto, com o mesmo teto de um terço da lotação em igrejas e outros centros religiosos.
No início de junho chega a fase 2 e com ela a abertura das salas interiores dos restaurantes e das escolas, assim como a abertura de cinemas e teatros, com um terço dos lugares. Serão ainda permitidas atividades culturais em recintos fechados, com a assistência de um máximo de 50 pessoas, ou ao ar livre, com 400 pessoas.
A fase 3 está prevista para 15 de junho e inclui a flexibilização da mobilidade geral e a subida para 50% do limite de ocupação de bares, esplanadas, restaurantes, cinemas, teatros e salas de espetáculos.
O primeiro-ministro espanhol explicou que os detalhes serão estudados com os responsáveis das várias comunidades autónomas, autoridades provinciais, cabildos insulares e municípios. Além disso, todo o plano está sujeito à constante vigilância da evolução da pandemia.
Na vizinha França foi anunciado o desconfinamento limitado, mais facilitado em regiões menos atingidas, e a reabertura das escolas a 11 de maio. Os estabelecimentos de ensino terão de respeitar um máximo de 15 alunos por aula e todos terão de usar máscara, à exceção das crianças do pré-escolar.
Da mesma forma, o uso de máscaras em França passará a ser obrigatório nos transportes, em espaços públicos e nos táxis e veículos de aluguer sem distintivo. O comércio de “proximidade” abre também a 11 de maio, mas continua em vigor a obrigação de distanciamento social. Sobre a reabertura de cafés, restaurantes, cinemas, teatros e museus, a decisão será tomada no fim de maio.
Ainda segundo o Expresso, o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou ainda que os campeonatos de futebol e outros acontecimentos desportivos só voltarão a acontecer em setembro.
Até 2 de junho, continuará a não haver cerimónias religiosas com presença de fiéis; as manifestações estão igualmente proibidas e as praias fechadas. Os parques e jardins serão abertos partir de 11 de maio, mas apenas nas zonas geográficas menos atingidas pelo vírus.
O teletrabalho é para continuar, uma vez que as restrições à circulação de pessoas serão para manter mesmo depois de 11 de maio. Quanto às visitas a idosos, Édouard Philippe pediu “paciência” e anunciou que serão tomadas precauções para as “visitas privadas”.
Espanha e França começam a preparar o novo normal com o aligeiramento das restrições. Sem querer dar um passo maior do que a perna, a cautela é a palavra de ordem.
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