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Médicos querem que norma de isolamento tenha em conta a atual taxa de vacinação

Rodrigo Antunes / Lusa

Com o regresso às aulas, médicos de saúde pública defendem a revisão da norma referente ao isolamento de contactos de risco, para que esta tenha em consideração a elevada taxa de vacinação.

O ano letivo arrancou há uma semana e já existem turmas inteiras em isolamento por causa de casos positivos. Segundo o jornal Público, médicos de saúde pública defendem a revisão da norma de isolamento de contactos de risco, para que esta tenha em consideração a realidade atual.

“O referencial das escolas remete para norma 015, que define como contacto de alto risco quem esteve com um caso positivo num local fechado por mais de 15 minutos e a menos de dois metros e que não faz referência ao uso de máscaras. Esta norma faz inclinar muitos delegados de saúde a colocar as turmas inteiras em isolamento. Não é isso que se pretende e não faz sentido continuar com esta situação”, refere o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública Gustavo Tato Borges.

“A nova versão da norma deverá definir melhor o que são contactos de alto e baixo risco e a questão dos vacinados para que se possa definir de forma mais equilibrada e o mais semelhante possível em todo o país” a decisão a tomar no caso de existir um caso positivo na turma, continua.

Temos de nos adaptar à realidade atual. Temos mais de 80% da população completamente vacinada, o que se traduz numa proteção global bastante significativa”, reforça.

Apesar disso, Gustavo Tato Borges considera que “no 1.º ciclo, em que os alunos não estão vacinados nem usam máscara”, caso exista um caso positivo, a turma será toda isolada.

Para o especialista, a diferença está no 2.º ciclo, em que os alunos não estão vacinados, mas há o uso de máscara. Nesta situação, considera, “deve haver uma avaliação muito cuidada de cada caso [para se tomar a decisão em relação ao isolamento] e no 3.º e secundário, em que há o uso da máscara e muitos alunos estão vacinados, o que faz sentido é colocar os contactos mais próximos – família e amigos com que contacta recorrentemente – em isolamento.”

“O referencial para as escolas oferece mais flexibilidade, mas a norma é muito conservadora. As medidas de controlo devem ser proporcionais, transparentes e compreensíveis. O país ter um dos isolamentos mais prolongados da Europa não faz sentido e mina a confiança no controlo pandémico”, aponta também o especialista em saúde pública Bernardo Gomes, lembrando que o teste rápido tem como papel principal descartar a infecciosidade.

O Conselho de Ministro reúne-se esta quinta-feira e deverão ser anunciadas novas medidas de desconfinamento.

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