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Nobel da Medicina para cientistas que descobriram o GPS do cérebro

KI / CBM / Wikimedia

May-Britt e Edvard I. Moser, dois dos vencedores do Prémio Nobel da Medicina 2014

O norte-americano John O’Keefe e um casal de noruegueses, May-Britt e Edvard Moser, foram galardoados com o prémio Nobel da Medicina 2014.

Os premiados foram recompensados pelas suas descobertas sobre as “células que constituem um sistema no cérebro de determinação da posição”, uma espécie de GPS interno, de acordo com o comunicado divulgado pelo comité Nobel esta segunda-feira.

Este sistema permite responder a questões simples, tais como: “Como sabemos onde estamos? Como conseguimos encontrar o caminho entre um local e outro? Como guardamos esta informação de modo a pudermos encontrar rapidamente o caminho uma outra vez?”

O norte-americano-britânico John O’Keefe descobriu em 1971 o primeiro componente deste “GPS”. Foi preciso esperar até 2005 para que May-Britt e Edvard Moser identificassem um outro componente-chave do sistema, células nervosas que criam um sistema de coordenadas para determinar as posições.

A recompensa de oito milhões de coroas suecas (cerca de 881 mil euros) será entregue em duas partes, metade para O’Keefe e metade para o casal Moser.

Nobel para pais do “GPS cerebral” é “incrível”

O especialista em neurociências Rui Costa considerou  “incrível” a atribuição do Nobel da medicina aos investigadores que descobriram o “GPS cerebral”, destacando esta descoberta como das mais importantes até hoje no estudo da memória.

“É incrível, porque são descobertas muito importantes. A primeira foi feita nos anos 70”, disse o responsável pelo programa de neurociências da Fundação Champalimaud.

A descoberta, reconhecida esta segunda-feira através do mais importante prémio da Medicina, “tem que ver com a forma como o espaço é representado no nosso cérebro e mostra que há células específicas que representam o espaço”, explicou.

“Esta é a área mais estudada, sobre sítios [no cérebro] muito importantes na memória e na perda de memória”, destacou.

Rui Costa manifestou-se particularmente satisfeito não apenas por os galardoados serem “excelentes cientistas”, mas também porque os conhece e sabe que são “muito boas pessoas”.

ZAP / Lusa

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