Com o final do ano a aproximar-se, os economistas não estão com muita vontade de entrar em 2025 enquanto se avistam números voláteis no euro, no dólar e até no won, provocados pelo caos político global.
Não é só na Europa que o caos político instalado, que deitou por terra o governo Francês e o alemão e terá repercussões na economia europeia, se faz sentir.
A breve imposição da lei marcial na Coreia do Sul, na terça-feira, serviu de alerta para os investidores, recordando-lhes que a incerteza política continua a ser um risco para os mercados mundiais, conta o Business Insider.
No país asiático, o won, a moeda do país, afundou-se cerca de 3% em relação ao dólar. Embora os mercados sul-coreanos tenham estabilizado, os analistas afirmam que as medidas tomadas pelo Presidente poderão ter repercussões alargadas e afetar a confiança dos investidores.
“A Coreia do Sul enfrenta um período de instabilidade política que irá afetar a confiança na economia”, disse Mark Williams, economista da Capital Economics para a Ásia, na terça-feira.
E os economistas veem ainda os EUA com desconfiança. As medidas protecionistas que Donald Trump promete adotar não beneficiarão ninguém à exceção dos americanos.
Trump alertou mesmo para a imposição de tarifas mais elevadas, não só contra os seus rivais económicos mais diretos, como a China e outros países que ameaçaram abandonar o dólar, mas também contra os seus próprios aliados e parceiros comerciais mais próximos, como o Canadá e o México.
O Barclays estima que, se forem totalmente aplicadas, as ameaças tarifárias de Trump contra o Canadá e o México poderão reduzir os lucros das empresas do índice do mercado de ações S&P 500 em 2,8%, afetando muito provavelmente os preços das ações.
Mas também na Europa a crise política, que se alarga a duas das maiores economias do mundo, Alemanha e França, deverá causar instabilidade financeira.
As moções censura ao governo de Barnier foram responsáveis por um aumento da volatilidade das moedas. O euro perdeu 1% em relação ao dólar americano após o anúncio da moção de censura no início da semana.
“Olhando para o futuro, esperamos que os rendimentos das obrigações francesas (conhecidas como OAT) permaneçam bastante voláteis, reforçando a nossa atual posição de subponderação nas carteiras de rendimento fixo europeias”, comentou o BCA numa nota a que o Business Insider teve acesso.