Ninguém reclamou a herança de João Rendeiro

Tiago Petinga / Lusa

O ex-presidente do BPP, João Rendeiro

Apenas um primo de Rendeiro falou com o tribunal sobre a herança, mas não a reclamou. O valor da dívida ao Estado e aos lesados do BPP é superior ao valor da herança, o que afugentou os herdeiros.

A herança de João Rendeiro não foi reclamada por ninguém no prazo dado pelo juiz Rui Teixeira.

Nenhum familiar do ex-banqueiro do Banco Privado Português se mostrou interessado até ao dia 16 de junho.

A razão que afugentou os potenciais herdeiros terá sido a dívida de 35,2 milhões de euros que está por pagar.

A primeira pessoa a rejeitar foi a viúva de Rendeiro, Maria de Jesus, a quem o ex-banqueiro deixou todos os bens e fortuna. A esposa recusou a herança quando se apercebeu que a dívida é superior aos ativos que receberia.

A sua rejeição levou a que um juiz desse um prazo a outros possíveis interessados e publicasse um editar na casa de Rendeiro, relata o Expresso.

O prazo terminou sem que alguém se mostrasse interessado.“No caso concreto, são desconhecidos […] quaisquer sucessores ao finado, pois que a única conhecida repudiou a herança”, explica Rui Teixeira.

Apenas um primo seu perguntou ao tribunal informações sobre os ativos e passivos que herdaria, ao que o juiz respondeu que não lhe cabia a função de “fazer as contas” para saber se a herança compensaria. Depois disso, o primo não voltou a falar da herança.

Será agora o Ministério Público a representar a herança no processo em que Rendeiro foi condenado a pagar cinco milhões de euros ao Estado e 30 milhões à massa falida do BPP. Com os juros, o valor total rondará os 39 milhões de euros.

Os bens de Rendeiro têm de ser avaliados quando forem vendidos, mas estima-se que o herança valha cerca de 15 milhões de euros. Se os outros arguidos não tiverem bens suficientes para cobrir a dívida, os lesados não serão ressarcidos no total.

ZAP //

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