No mesmo dia em que o Orçamento do Estado para 2021 foi entregue na Assembleia da República, Jerónimo de Sousa disse que as propostas que se conhecem do documento são “insuficientes”.
Esta segunda-feira, em entrevista ao Polígrafo/SIC, Jerónimo de Sousa garantiu que os comunistas não vão prescindir do combate por medidas “justas, exequíveis e necessárias” ao país. “Não abdicamos de qualquer batalha antes de a travar.”
Em relação ao sentido de voto, um “nim”. No mesmo dia em que Catarina Martins anunciou que, tal como está, o documento não poderá merecer o voto favorável do Bloco de Esquerda, Jerónimo de Sousa preferiu não levantar a ponta do véu.
O secretário-geral comunista disse que será “perante os conteúdos concretos” que o PCP vai trabalhar com o Governo de António Costa – ou seja, segundo o Expresso, fica assim implícita a disponibilidade de o partido ajudar a garantir que o documento passa, pelo menos na votação na generalidade.
Recorde-se que, no Orçamento Suplementar, o PCP absteve-se na generalidade e acabou por votar contra na última votação. Nesse sentido, Jerónimo lançou um aviso a António Costa ao assinalar que a discussão na especialidade e a votação final global não serão meras formalidades.
Questionado sobre se temia ficar com o ónus de uma eventual crise política caso o OE2021 não passasse, o líder comunista disse que “não há crise se o Governo der resposta aos problemas das pessoas.”
Em relação às propostas já conhecidas do documento, Jerónimo sublinhou que são “insuficientes“. “Não corresponde aos objetivos centrais que nós colocamos. É claramente insuficiente em muitas matérias, desde a questão das creches e lares à proteção daqueles que perderam tudo.”
Ainda assim, o secretário-geral comunista admitiu uma aproximação ao PS.