O USS Nevada, navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos, participou em alguns dos eventos mais importantes da história americana do século XX. Agora, 70 anos depois de naufragar, foi encontrado no oceano Pacifico.
Altamente resistente, o USS Nevada serviu em algumas das operações mais importantes da II Guerra Mundial e sorbeviveu a Pearl Harbor e a dois testes nucleares.
O USS Nevada serviu nas duas guerras mundiais. Depois de proteger os navios de abastecimento na Irlanda durante a I Guerra Mundial, USS Nevada foi o único navio de guerra a escapar durante o ataque japonês a Pearl Harbor em 1941.
Em seguida, navegou pelo oceano Atlântico até ao Reino Unido para participar nos desembarques do Dia D dos Aliados em junho de 1944 – a maior invasão marítima da história – antes de seguir para o oceano Pacífico para desempenhar um papel central na invasão de Okinawa.
De seguida, o navio sobreviveu a duas explosões atómicas durante testes que procuravam entender a forma como as bombas nucleares eram eficazes contra os navios.
O navio acabou por afundar no verão de 1948 no oceano Pacífico pelos próprios Estados Unidos que estavam a usar o navio como prática de tiro ao alvo. A artilharia da Marinha não conseguiu afundar o USS Nevada, por isso foi usado um bombardeamento de torpedos aéreos como “golpe de misericórdia final”.
Embora os especialistas conhecessem as coordenadas aproximadas de onde o navio afundou, os seus destroços não eram vistos há quase 72 anos até o projeto recente da SEARCH, uma empresa arqueológica privada, e da empresa de robótica marinha Ocean Infinity. Usando veículos subaquáticos autónomos, o projeto conseguiu identificar o naufrágio a uma profundidade de mais de 4.700 metros e capturar imagens do local.
A equipa estava a trabalhar na embarcação da Ocean Infinity, a Pacific Constructor, que partiu para uma série de tarefas comerciais no Pacífico no início de 2020.
“Nevada é um navio icónico que fala da resiliência e da teimosia americanas”, afirmou James Delgado, vice-presidente sénior da SEARCH e arqueólogo marítimo líder da missão, em comunicado.
“A realidade física do navio, repousando na escuridão do grande museu do mar, lembra-nos, não só de eventos passados, mas daqueles que assumiram o desafio de defender os Estados Unidos em duas guerras globais. É por isso que fazemos a exploração oceânica – para procurar essas conexões poderosas ao passado“.