Hamas queria impedir a presença de Israel em Rafah, argumenta o primeiro-ministro. Vêm aí problemas para Israel e… EUA.
O primeiro-ministro israelita argumentou nesta terça-feira que o anúncio feito na noite de segunda-feira pelo Hamas de aceitar uma proposta de cessar-fogo em Gaza “visava impedir a entrada das forças [de Israel] em Rafah”.
“Tal não aconteceu”, declarou Benjamim Netanyahu numa mensagem em vídeo, em que defendeu a decisão de assumir o controlo da passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito, nesta terça-feira anunciada por Telavive, afirmando que o exército israelita tinha conseguido prejudicar as capacidades do grupo islamita palestiniano ao negar-lhe uma passagem “essencial”.
A argumentação de Netanyahu surge no momento em que se inicia no Cairo uma nova ronda de negociações para uma trégua global na Faixa de Gaza, com a participação de delegações do Egito, Qatar, Estados Unidos e Hamas, estando prevista a chegada de uma delegação israelita.
Na mensagem, o primeiro-ministro israelita sustentou que a tomada do lado de Gaza da passagem de Rafah pelos militares é um “passo importante” para desmantelar as capacidades militares e económicas do Hamas.
A tomada da passagem fronteiriça, que é um dos principais canais para o envio de ajuda humanitária para o enclave palestiniano, coloca Israel no controlo total das fronteiras de Gaza pela primeira vez desde a retirada das tropas em 2005.
Visões diferentes
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, o cenário é outro.
Riyad al-Maliki afirmou no canal Euronews que Netanyahu quer “prolongar a guerra. Por isso, um cessar-fogo vai impedi-lo de atingir os seus objetivos”.
O ministro fala em “carnificina” em Gaza e em possíveis “atrocidades” em Rafah, deixando um aviso aos EUA: “Poderemos assistir a atrocidades em Rafah. Se for esse o caso, não é apenas Israel que será prejudicado internacionalmente, mas também os Estados Unidos da América“.
Já Henrique Cymerman, correspondente da SIC no Médio Oriente, acredita que a guerra já teria parado se o Hamas tivesse aceitado libertar os reféns “há uns dias”.
“Israel decidiu atacar porque, por exemplo, falava-se de 33 reféns que seriam libertados vivos, mas no documento que o Hamas aprovou está escrito ‘vivos ou mortos’. Aparentemente, há muitos mortos entre os 132 reféns, o que para Israel é inaceitável”, descreveu o especialista.
Agora, tendo recusado a proposta, o primeiro-ministro de Israel fica com um problema interno “muito sério: a bola foi passada de Gaza para Israel, com o sim do Hamas. Isto põe Netanyahu num dilema. Ele não sabe se o seu Governo vai sobreviver a toda a negociação”.
Dentro do Governo de Netanyahu há ultranacionalistas que ameaçam derrubar o Executivo se a guerra parar; mas também há dois ministros no Conselho de Guerra que se demitem se Israel não aceitar a proposta de cessar-fogo.
ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
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Enquadramento:
Matador: Israel;
Vitima: Faixa de Gaza;
E o mau da fita é… o Zé Catelo Branco!!!
Gostam tanto de lembrar o holocausto mas fazem o mesmo com as pessoas em Gaza. Povo vingativo dos infernos desde o tempo de Jesus que sempre foram assim.
Tenho muita pena dos Palestinianos, mas quem semeia ventos normalmente colhe tempestades.
O dinheiro gasto nos túneis…
Se por Palestinianos, se refere ao Hamas, é de relembrar que o Hamas tem apoio do Governo Iraniano. Por sua vez, 3 semanas antes do ataque de 7 de Outubro de 2023 (que despoletou esta guerra), o Irão recebeu uma verba 6 mil milhões de dólares dos Estados Unidos para “libertar reféns de guerra americanos”. O Trump veio logo publicamente contestar essa ação, referindo que no mandato dele libertou muitos reféns de guerra sem gastar um único dólar, e que esse dinheiro ia ser gasto em terrorismo. Que coincidência, não é que o homem estava certo? E pergunto-me, Israel, que tem um dos melhores (ou mesmo o melhor) sistemas de defesa, que intercetou 99% dos 300 mísseis lançados pelo Irão há 3 semanas, não conseguiu fazer nada no ataque em Outubro? Foi tudo orquestrado para Israel ter uma desculpa para atacar a Faixa de Gaza.