Nas últimas duas semanas, a NATO testou drones, entre Tróia e Sesimbra. “A Guerra na Ucrânia acentuou a importância destes exercícios”.
Entre 18 e 29 de setembro, a NATO andou a testar drones na costa portuguesa.
O exercício militar Dynamic Messenger envolveu 14 estados membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte – Portugal, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Letónia, Países Baixos, Polónia, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos -, a Suécia (candidata à adesão) e ainda três países observadores – Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia.
“O objetivo dos exercícios NATO passa sempre por promover a interoperacionalidade entre as forças armadas dos Estados-membros”, disse o militar espanhol Federico de Pazos, ao Diário de Notícias.
Esta foi já a segunda vez que o exercício Dynamic Messenger se realizou entre Tróia e Sesimbra.
Porquê ali?
O Comandante do Centro de Experimentação Operacional da Marinha (CEOM), António Mourinha, explicou, ao Diário, a razão pela qual a NATO vê a região setubalense como “ideal” para levar a cabo este tipo de testes.
“Temos aqui na região acesso ao ambiente aéreo, ao ambiente de superfície, ao ambiente submarino e ao ambiente terrestre e, além disso, temos acesso ao deep sea, o mar profundo, pois temos aqui o canhão de Setúbal próximo”, enumerou.
“Tudo isto compõe o ambiente no qual nós promovemos experimentação operacional para desenvolver tecnologias emergentes e disruptivas com foco muito especial nos sistemas não tripulados de emprego marítimo”, acrescentou.
O que impulsiona estes testes?
A obrigação de uma organização como a NATO estar na vanguarda da tecnologia de defesa é o que, na realidade, leva ao engenho destas iniciativas.
Contudo, a atual Guerra na Ucrânia, veio trazer ainda mais importância a este treino de drones militares.
Ainda na sexta-feira a NATO pediu celeridade no processo de fabrico de armas, para dar resposta à invasão e ataques da Rússia à Ucrânia.
“A coragem, por si só, não detém os drones. Só o heroísmo não interceta os mísseis”, disse, na sexta-feira, o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, os aliados ocidentais têm fornecido armamento às forças ucranianas, que têm em curso uma contraofensiva no sul e no leste do país: “A Ucrânia precisa de capacidades. De alta qualidade. Em grandes quantidades e rapidamente“.
De facto, como referiu ao DN o militar espanhol Márquez de la Calleja, que fez parte da equipa do exercício militar Dynamic Messenger, em Tróia e Sesimbra, “a Guerra na Ucrânia criou uma nova realidade em termos de uso de drones para fins militares. E acentuou a importância destes exercícios”.
A NATO que só gosta de guerras e conflitos, devia desaparecer de vez de Portugal antes que se dê a guerra nuclear na Europa, – e Portugal – com as consequências daí já conhecidas.