Os avisos de “morte cerebral” de Macron e a ameaça de saída de Trump transformaram-se numa organização mais forte. Rússia e China podem reagir.
A NATO estava em “morte cerebral”, disse Emmanuel Macron há quase três anos. Meses antes, também em 2019, Donald Trump ameaçou que os EUA poderiam deixar a organização do Atlântico Norte.
Essa fase ficou para trás.
A guerra na Ucrânia fez a NATO “saltar” para as notícias com uma frequência que não se assistia há muitos anos. A adesão, primeiro da Ucrânia, mais tarde da Suécia e da Finlândia, foi assunto recorrente – a Ucrânia fica fora, para já.
Há três semanas, no final de Junho, decorreu a Cimeira de Madrid, onde foi aprovado um novo Conceito Estratégico, reforço da segurança cooperativa e dos fundos comuns e maior apoio à Ucrânia. Um “marco histórico”, de acordo com o primeiro-ministro António Costa.
Em termos concretos, entre um aumento considerável nas despesas relacionadas com a Defesa, o reforço da segurança traduz-se no aumento de 40 mil para 300 mil soldados na equipa de resposta rápida a conflitos.
A mesma reunião ditou que a Rússia é a maior ameaça à segurança da entidade. E a China é um país que causa preocupação.
“A NATO está forte e unida“, assegurou Joe Biden.
No entanto, estas posturas e decisões oficiais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (a NATO) podem criar problemas graves, avisa Charlie Campbell na revista Time.
Os perigos
Porquê? A Rússia é a maior ameaça e a China causa preocupação. A “ameaça” da Rússia é facilmente compreensível. A China, agora mais próxima da Rússia, viu o Japão, a Coreia do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia terem observadores na Cimeira de Madrid. Nunca tinha acontecido.
Estas duas “sentenças” podem ditar uma reacção externa forte, nos dois países – basta lembrar que Adolph Hitler aproveitou (entre outros factores) a insatisfação, até a raiva, dos alemães em relação ao que aconteceu depois da I Guerra Mundial: derrota no terreno, fim do Império Alemão e sobretudo a elevada indemnização de guerra, que prolongou a crise económica severa entre os alemães, mesmo sem conflito.
Na altura, Hitler – e muitos alemães insatisfeitos – tinham assim justificações para o seu Terceiro Reich. E o que aconteceu depois foi o maior conflito de sempre: a II Guerra Mundial.
Agora Rússia e China podem aproveitar este acordo da NATO “desestabilizador”, segundo palavras dos russos, para reagir a larga escala.
No fundo, esta nova NATO, aparentemente mais forte e mais coesa, pode dividir o mundo em facções antagónicas, alerta o artigo.
Sim, nos tempos de Hitler não havia NATO (criada em 1949). Nem havia Organização das Nações Unidas (criada em 1945, logo após a II Guerra Mundial). Mas Vladimir Putin já mostrou – e não só na Ucrânia – que, quando quer avançar, avança mesmo. Mesmo sabendo da existência deste tipo de entidades.
A Rússia era vista – até pelos líderes de outros grandes países – como uma nação que tinha de entrar nas decisões importantes a nível mundial, se queriam manter a paz e o desenvolvimento globais. Agora o panorama mudou.
Além disso, o descontentamento russo já vem de trás: a NATO foi expandindo, expandindo, e aproximando-se do território russo. Os países vizinhos Estónia, Letónia e Lituânia aderiram em 2004, a Polónia tinha feito o mesmo cinco anos antes. Agora Suécia, Finlândia querem juntar-se, além do pedido antigo da Geórgia.
E, recorde-se, a Rússia não faz parte da NATO.
Mais tarde, com Dmitry Medvedev como presidente, a Rússia propôs um novo Tratado de Segurança Europeu que iria juntar NATO e Rússia. Os Estados Unidos da América, ainda liderados por George W. Bush, recusaram imediatamente. Um erro, talvez.
E a rivalidade com os EUA voltou por causa da Ucrânia, quando Putin acusou os norte-americanos de estarem a apoiar um golpe na Ucrânia em 2014 – esse foi um dos argumentos para a anexação da Crimeia.
A expansão da NATO foi pretexto fundamental para a invasão russa à Ucrânia, que começou há quase cinco meses.
Depois surge a China, outro país vizinho da Rússia. Mais de 4 mil quilómetros de fronteira entre os dois países, que agora são “amigos sem limites”.
O Ocidente é o inimigo. De ambos.
Penso que já ninguém terá dúvidas que caminhamos a passos largos para a terceira guerra mundial. Já estivemos muito mais longe.
Este artigo deve ter sido encomendado por aqueles que reclamando pela Paz, na realidade querem a vitória da Rússia e a anexação e colonização da Ucrânia. Aqueles que querem os países da NATO submissos ao Imperialismo Russo. Vejam bem, este artigo transfere para a NATO a culpa do agressor Putin ter invadido e atacado a Ucrânia. Se Putin aumentar a escalada e usar armas nucleares vão dizer que a culpa é da NATO que enviou armas para os Ucranianos se defenderem do atacante russo. Em qualquer situação estarão sempre a desculpabilizar a Rússia e a acusar o Mundo Livre.
Subscrevo em toda a linha, tentei comentar mas nenhum dos meus comentários foram aprovados.
Editorial suspeito e parcial, que deseja levar os leitores a pensar no mesmo formato que a retorica de regime de Putin.
Desde quando segurança e estabilidade é perigosa?
Só mesmo para aqueles que desejam o contrário e desejam uma Europa desunida e fraca, presa fácil para a Rússia e seus aliados que desejam reverter a corrente linha geopolítica e tornarem-se nos mestres do universo espalhando a sua ideologia anti democrática, açaimando a liberdade de expressão entre outros tipos de liberdade e reforçando o antissemitismo, menogonismo e xenofobia polvilhado com uma pitada de patriotismo e religião, usando para esse fim certos editoriais que se alimentam dos nossos medos e falta de cultura politica.
Só a última frase descreve o comentário: falta de cultura politica
Editorial suspeito e parcial, que deseja levar os leitores a pensar no mesmo formato que a retorica de regime de Putin.
Desde quando segurança e estabilidade é perigosa?
Só mesmo para aqueles que desejam o contrário e desejam uma Europa desunida e fraca, presa fácil para a Rússia e seus aliados que desejam reverter a corrente linha geopolítica e tornarem-se nos mestres do universo espalhando a sua ideologia anti democrática, açaimando a liberdade de expressão entre outros tipos de liberdade e reforçando o antissemitismo, menogonismo e xenofobia polvilhado com uma pitada de patriotismo e religião, usando para esse fim certos editoriais que se alimentam dos nossos medos e falta de cultura politica.
Permita-me que lhe conteste a sua opinião. Não penso que o editorial está a favor da Rússia ou algo parecido. Se ler os últimos parágrafos percebe-se com os “argumentos “ e “pretextos “ para a Rússia entrar na guerra a opinião do redator. Por outro penso que estamos a direcionar demasiada atenção para o leste, quando devíamos observar as manobras do outro lado do atlântico. Curiosamente os Estados Unidos estão mais fortes, a moeda cresce a olhos vistos e a economia floresce( economia está muito dependente da venda de armamento), enquanto isso a Europa vai outra vez em direção ao abismo. Não consigo é entender esta vassalagem aos americanos pelos nossos líderes europeus, não quero pensar que vão deixar a Europa ser destruída por dinheiro?! Enfim, não quero mesmo acreditar.. não devíamos nos meter em assuntos que não são nossos( Ucrânia), se por acaso passasse daí, aí sim, ações, devíamos deixar ar Rússia terminar com isto o mais rápido possível, e a melhor coisa que podia ter acontecido era o trump quando ameaçou sair da nato ter saído mesmo, poupava mos muito do que estamos todos agora a sofrer, e a ver no que isto dá, se começar o espectáculo das nucleares..
Não posso deixar de contestar a sua opinião.
A Europa nunca devia ter confiado na Rússia. Depender do gás Russo por tantos anos, sem alternativas, foi o maior erro da UE. O resultado foi Putin achar que podia invadir a Ucrânia em 2014 sem que nada acontecesse, o que se veio a verificar, e por aí adiante até culminar com a situação actual.
Antes dos EUA melhorarem o seu ranking, fruto da venda de energia à UE, foi a China, agora parceiro da Rússia, que cresceu a olhos vistos e manobrou o valor de venda da energia Russa; mostrando-se aliado e pensando apenas no seu crescimento económico. Se a Rússia precisar mesmo da CH, esta não se vai imiscuir ou teria uma guerra verdadeiramente mundial.
Não são os EUA que estão mais fortes mas a UE que está mais fraca, e ainda bem, percebemos os erros, esperemos que sejam capazes de tomar as decisões certas para sair disto, por cima, e liderar a economia mundial sem pruridos.
Condeno Putin e os seus aliados em toda a linha. Se em 2014 a opinião publica estava com menos informação que hoje, agora, só alguém menos esclarecido pode apoiar esse ditador.
Realmente… Considerar que foi um erro GW Bush não aceitar que a Rússia entrasse na NATO!
Se tivessem aceita, a Rússia estria agora a anexar aas ex-colônias soviéticas sem quaisquer reacções do Ocidente para com o seu “parceiro” da NATO.
Isto só vem provar que o plano russo de invasão dos seus vizinhos já desde os anos dez deste seculo.
Deixem de vender a ideologia russa por favor.
Independente de qualquer ideologia a humanidade está perto do fim. Inocentes no mundo toda sofrerão as (in)consequencias,sem contar os que já sofrem. Uma coisa é certa: neste rebu, a verdade é sempre a primeira vítima e o confusionismo e as mentiras são as armas mais usadas. A indigencia moral dos chefes de estado é que produz a indigencia social.
Ora bem, o que é preciso é uma NATO fraquinha, fraquinha, e o eixo Sino-Neo soviético forte, forte. Imaginem o que aconteceria à Europa, Portugal inclusive. Para alegria imensa, claro, do Sr Jerónimo de Sousa e seus parceiros …