O projeto Marsbee inspira-se nas características de voo das borboletas e pretende criar um enxame de abelhas robô preparadas para explorar o planeta vermelho.
O Instituto de Conceitos Avançados da NASA (NIAC) é pioneiro numa nova abordagem à exploração de Marte: um enxame de abelhas-robô. Estes minúsculos exploradores robóticos, inspirados na natureza, poderão ultrapassar os desafios únicos de voar no Planeta Vermelho.
A NASA já teve sucesso com robots aéreos em Marte. O helicóptero Ingenuity, por exemplo, excedeu largamente as expetativas, completando 72 voos ao longo de mais de 1000 dias marcianos, apesar de ter sido concebido para apenas cinco voos. Este sucesso, no entanto, realçou as dificuldades de voo em Marte, onde a gravidade é apenas um terço da da Terra e a atmosfera é incrivelmente fina, com apenas 1% da pressão à superfície da Terra.
Neste ambiente desafiante, um enxame de robôs modelados a partir de animais voadores pode prosperar. A ideia inspira-se em criaturas como a borboleta monarca e o albatroz errante, conhecidos pelos seus voos de longo alcance, apesar do seu tamanho. Estas proezas devem-se, em parte, ao facto de as suas asas serem leves e flexíveis, o que contribui para um voo eficiente em termos energéticos e para a adaptação a atmosferas instáveis, escreve o IFLScience.
O projeto Marsbee pretende reproduzir estas eficiências naturais. As abelhas de Marte, mais ou menos do tamanho de abelhas mas com asas semelhantes às das cigarras, seriam equipadas com sensores e dispositivos de comunicação.
Recolheriam dados e transmiti-los-iam a um rover que lhes serviria de base. Concebidos para serem eficientes em termos energéticos, espera-se que estes robôs consigam uma duração de voo de cerca de 16 minutos.
Os resultados preliminares indicam que um robô do tamanho de um abelhão com asas de cigarra pode gerar uma elevação suficiente na fina atmosfera de Marte. A utilização de estruturas de asas compatíveis e de mecanismos inovadores de recolha de energia reduz significativamente a potência necessária para o voo. Esta conceção não só garante um voo eficiente, como também torna as Marsbees leves e robustas.
A leveza das Marsbees oferece vantagens significativas para as missões espaciais. O seu tamanho reduzido permite uma maior flexibilidade nas configurações de carga útil para as naves espaciais interplanetárias. Além disso, uma abordagem de enxame assegura que, se um robô falhar, os outros podem continuar a missão, aumentando a robustez geral do sistema.
Lá se vai a abelha Maia!!!