A quantidade de sardinha adulta no mar é mais do que suficiente para os próximos três anos. Os dados científicos confirmam que o stock de sardinha está totalmente recuperado.
O último cruzeiro realizado pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em março, confirma a teoria dos pescadores portugueses de que o stock de sardinha está totalmente recuperado. A Associação Nacional dos Produtores de Pesca do Cerco (ANOPCERCO) baseia-se nos dados do IPMA para revelar que foram ultrapassadas as cerca de 270 mil toneladas de biomassa previstas atingir apenas em 2023.
“Até para nós foi surpreendente porque ultrapassou o que prevíamos”, admite o presidente da ANOPCERCO, citado pela TSF. “A biomassa detetada no cruzeiro entre Viana do Castelo e o Golfo de Cádiz foi de 385 mil toneladas”.
Registou-se um aumento de 150% da biomassa de sardinha adulta comparativamente a 2019. O recurso nas águas ibéricas, estima Humberto Jorge, “deve estar perto das 500 mil toneladas, o que já não se verificava há 10 anos”.
O Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) tem defendido a redução drástica e até a paragem da pesca da sardinha, alegando que o recurso está a ser sobreexplorado. “É tempo de acabar com estas teses catastrofistas que só têm prejudicado o setor”, atira Humberto Jorge.
À TSF, o Ministério do Mar confirma que “há sinais de que há mais sardinha no mar, mas a gestão do recurso não pode contornar as bases de uma avaliação científica sólida e plurianual, nem a legislação que governa a Política Comum de Pescas”.
O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, defende que “não podemos deitar a perder todos os esforços de recuperação do stock”, já que é um esforço que leva anos e exige sacrifícios.