/

“Não passarão!”. A liberdade ergueu-se depois de agredida em Lisboa

1

Milhares na rua como “uma lição” ao Governo, comparou a esquerda, porque Abril não se adia.

Os ânimos na zona do Rossio, em Lisboa, acalmaram pelas 18h00, depois de confrontos violentos envolvendo apoiantes de movimentos de extrema-direita, e passou a um clima de festa, sobretudo com os manifestantes que desceram a Avenida da Liberdade.

As centenas de elementos policiais que estiveram presentes na zona do Rossio durante a tarde para garantir a segurança de todos deixou, cerca das 18:00, de ser tão visível, após os apoiantes de movimentos de extrema-direita, inclusive do partido Ergue-te, do movimento Habeas Corpus e do grupo 1143, terem desmobilizado.

Antes, registaram-se dois momentos de confrontos, com a polícia a ter de intervir, um deles pelas 16:00, com a detenção do presidente do Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, após ter sido avisado de que a manifestação não estava autorizada e que estava a incorrer num crime de desobediência, tendo também sido detido outro cidadão por resistência e coação, segundo a PSP. O líder do Grupo 1143 Mário Machado foi detido, mais tarde.

Três detidos, inclusive os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, quatro pessoas identificadas e dois polícias “ligeiramente feridos” é o balanço da operação policial associada ao 25 de Abril em Lisboa, revelou a PSP.

Cerca das 17:00, houve outro momento de confronto, entre apoiantes de extrema-direita e a manifestantes anti-fascistas, inclusive alguns que vinham da Avenida da Liberdade, o que obrigou a PSP a intervir e, depois, a formar um cordão policial de segurança, a separar os grupos antagónicos, com perto de meia centena de operacionais, incluindo as Equipas de Intervenção Rápida.

As imagens recolhidas pelo Expresso mostram um dos momentos em que um homem agride aqueles que se opunham à extrema-direita.

 

View this post on Instagram

 

A post shared by Expresso (@jornalexpresso)

Pelas 18:00, milhares de pessoas ocupavam a zona do Rossio e o Largo de São Domingos, onde se voltou a ver filas para a ginjinha e grupos de turistas com guias a mostrar a cidade.

No meio do Largo de São Domingos ouvia-se música associada ao 25 de Abril de 1974, que ecoa através de uma coluna, e muitos são os que cantavam e dançavam, num ambiente de festa no dia da liberdade.

Na Praça do Martim Moniz, pelas 15h00, mais de uma centena de cidadãos juntaram-se para contestar a ação da extrema-direita. Perante isto, o partido Ergue-te e os restantes grupos de extrema-direita passaram a concentração para o Largo de São Domingos, junto ao Rossio e a cinco minutos da Praça do Martim Moniz.

Enquanto os apoiantes de movimentos de extrema-direita gritavam por Salazar, responsável pela ditadura em Portugal, os anti-fascistas afirmavam: “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” e “não passarão!”

“Venho desde que me lembro de ser gente. É uma manifestação de amor pela liberdade, pela democracia, num tempo em que isso é cada vez mais necessário, dado o ressurgimento da extrema-direita. A única resposta é afirmar a alternativa pela liberdade, pela democracia”, disse à Lusa um dos manifestantes.

ZAP // Lusa

1 Comment

Responder a Viva Cancelar resposta

Your email address will not be published.