Rui Nogueira, representante dos médicos de família, explicou que há uma diferença entre o número de vagas a concurso e o número de profissionais que terminaram a especialidade.
Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, assegurou à TSF que “não temos 435 médicos em condições de concorrer“, numa reação ao concurso de médicos de família aberto há um mês pelo Ministério da Saúde.
A diferença entre o número de novas vagas (435) e o número de profissionais que terminaram a especialidade (395) é o problema. O responsável referiu ainda que o Serviço Nacional de Saúde não vai conseguir atrair todos os médicos – e por isso, se forem ultrapassados os 300 lugares ocupados “já será muito bom”.
Destas 435 vagas, metade são em Lisboa e Vale do Tejo, 86 no Norte, 64 no Centro, 34 no Alentejo e 35 no Algarve. O desequilíbrio também irá contribuir para afastar candidatos, sobretudo quando é o Norte que forma mais médicos.
“A discrepância é tão grande que há dois candidatos por cada vaga no Norte e na região de Lisboa há duas vagas por cada candidato, há o dobro das vagas”, disse Rui Nogueira.
Para o responsável, a solução passa por aumentar o número de vagas de formação de médicos na região de Lisboa. No entanto, no imediato, Rui Nogueira considera que o país não vai ter possibilidade de atrair todos os médicos de família disponíveis para o SNS.
“Nós não vamos ter possibilidade de atrair todos os médicos disponíveis para o SNS e vamos perder 80 ou 100 médicos que estão formados e que não conseguimos ter apoios suficientes para que os colegas se desloquem e consigam concorrer a estes lugares e aceitar estes lugares”, concluiu.