“Ou muda radicalmente ou vai de patins”. Não há Costa que escape aos professores

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José Sena Goulão / Lusa

O ministro da Educação, João Costa, e o primeiro-ministro, António Costa, são visados nas críticas do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP).

O coordenador do STOP afirmou esta segunda-feira em Setúbal que o ministro da Educação vai ter de alterar a sua postura para com os professores sob pena de ter de abandonar o cargo.

“O ministro [da Educação] tem, de facto, de mudar radicalmente a sua postura. Ou então acho que vai de patins”, disse André Pestana, que falava aos jornalistas durante mais uma concentração de protesto dos professores, na Praça do Bocage, em Setúbal.

“Eu acho que é impossível um Governo, um ministro continuar, digamos, a teimar, e a não satisfazer as nossas reivindicações, porque, de facto, o sindicato STOP não está sozinho. Está com um grande apoio, massivo, de quem trabalha, inclusive de pais que estiveram presentes na grande manifestação em Lisboa”, sublinhou o sindicalista, lançando duras críticas tanto ao ministro da Educação, João Costa, como ao primeiro-ministro, António Costa.

Questionado pelos jornalistas, André Pestana garantiu, no entanto, que os professores estão disponíveis para negociar na reunião desta semana com a tutela e lembrou as principais reivindicações dos profissionais do setor da educação na escola pública.

“Há várias reivindicações que são transversais ao pessoal docente e não docente, como o aumento salarial que compense a inflação. As pessoas lá em casa sabem que há falta de professores, porque já não compensa, com o salário magro dos professores, estar tão distante das nossas famílias. E por isso é que existem milhares e milhares de alunos sem aulas durante longos meses”, disse.

“Temos também a questão, por exemplo, da gestão democrática nas escolas, a questão de uma avaliação justa sem quotas, que tanto prejudica os colegas docentes e não docentes, o direito à Caixa Geral de Aposentações e muitas outras questões, como o roubo do tempo de serviço, os salários dignos, em particular para os colegas não docentes que recebem apenas 700 euros por mês, após muitas décadas de entrega à escola pública”, acrescentou André Pestana.

O coordenador do STOP reforçou a ideia de que sempre houve disponibilidade do sindicato para negociar e que foi o ministro a recusar a negociação de diversas matérias

“Nós sempre quisemos negociar. O ministro é que, apesar da nossa insistência há vários anos, recusa-se a, sequer, negociar alguns desses temas que eu acabei de referir. E a reunião de sexta feira só abrange uma parte específica do recrutamento dos docentes e nós achamos logo à partida que é incompleto”, disse André Pestana, defendendo a necessidade de também haver uma valorização do pessoal não docente da escola pública.

Confrontado com a proposta do Ministério da Educação noticiada domingo pela RTP, de que o ministro irá levar para a mesa das negociações uma garantia de vinculação dos professores ao fim de três anos de serviço a contrato, André Pestana considerou que se trata de uma proposta insuficiente.

“O que eu acho é que peca por insuficiente, porque não está a ver os reais problemas. Nós nunca falámos meramente da questão da vinculação. Vemos isto como um todo, como um conjunto de medidas para dignificar quem trabalha nas escolas, o pessoal docente e o pessoal não docente”, disse André Pestana.

Vinculação não chega

O Governo está a considerar poder admitir nos quadros da Educação Nacional os professores ao fim de três anos completos de serviço a contrato. O Executivo vai levar três propostas concretas para a mesa de negociações, sendo que a grande novidade está na vinculação.

O secretário-geral da Fenprof considerou que as medidas que o Governo deverá apresentar nas negociações são “areia para os olhos das pessoas”.

Ao jornal Público, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, e a presidente do Sindicato Independente de Profissionais da Educação (SIPE), Júlia Azevedo, explicam que, se o limite temporal para a entrada no quadro for de três anos, só haverá novidade para os professores se o Ministério da Educação acabar com pelo menos um dos dois requisitos que também são exigidos na vinculação, para além dos três anos de contrato.

ZAP // Lusa

24 Comments

  1. Costa está protegido por Marcelo e portanto não há nada a fazer. São grandes amigos e Marcelo inclusivamente foi professor de Costa.

    • Aqui trata-se de fazer “andar de patins” o Ministro da Educação João Costa , mas enfim não tardaremos a ver os dois “Costas” por as costas por este andar !

    • Marcelo não pode fazer nada, com um palhaço a liderar o PSD.
      Agora só os professores e depois também as enfermeiras e o resto da Função Pública.
      Avarentos para quadros médios e generosos com os incompetentes que só sabem ser despedido com direito a pensão vitalício e indemnização,
      Agora já não há margem.
      Mesmo os professores do estado novo eram melhor tratados e recebiam em média o equivalente de 1.000 litros de gasolina por mes (em 1973 um litro de gasolina era de 7$ e um ordenado era de 7.000$). Claro que a vida se tornou mais caro e mais exigente

  2. Até parece que foram os professores que ganharam as eleições com maioria, quem assim revindica por tudo e por nada há tantos anos , continua tendo tantas queixas,que se mude …. pois bem sabemos que os professores são ( quase) todos uns preguiçosos . Não querem avaliações , querem progressões automáticas, Nenhum governo lhes serviu até agora … nenhum mesmo….

  3. Não discordo da totalidade das reivindicações dos professores mas até apetece dizer porque não se mudam? não faltam escolas privadas onde podem dar aulas, não faltam outras ofertas de emprego onde podem dar uso às suas qualificações…
    Se tudo é assim tão mau…
    Vou dar alguns exemplos: um engenheiro acabado de licenciar ou mesmo já no ativo à alguns anos se quiser por exemplo mudar de emprego concorre para as ofertas que o mercado disponibiliza e lhe agradam. Se por exemplo tiver uma empresa de lisboa ele ao concorrer quase de certeza que assume custos com deslocações, com alojamento, etc…
    Terminado o contrato de obra volta novamente ao mercado de trabalho e torna a concorrer praticamente em pé de igualdade com outros engenheiros por vezes sem nenhuma experiencia…
    Um professor se tiver uma oferta para longe só aceita se quiser e nas condições que o estado dá!!! não é novidade por isso ao ser contratado sabe que foi nessas condições.
    Um Engenheiro trabalha 10 horas recebendo o mesmo. o professor se corrigir 1 teste em casa já é exploração, com alguns anos de serviço em vez de 35 horas trabalham 30 e queixam-se que os alunos os põe malucos logo devem reformar-se ao 50 anos, tem ADSE que lhes garante tudo mas um particular se quiser uns oculos tem que os pagar a pronto…
    Um privado não ganha mais por anos de função, quando muito tem os aumentos de lei tal como os professores logo porque serem promovidos por anos de função? enfim o tempo das vacas gordas e das manifestações que sempre lhes deram “mama” acabaram e agora não se contentem em serem apenas e mais uma classe social igual a tantas outras que para viver tem que trabalhar…

    • Você diz que se não lhes agrada que se mudem. Não é que se mudem, não há é quem queira entrar na profissão., que é muito diferente.
      Deve ser porque a carreira é demasiado atractiva…
      Fala em 35 horas? O Sr. sabe do que fala?
      Não, não sabe. E só saberá quando tiver alguém na família que esteja na profissão e lhe diga quantas horas diárias trabalha.
      Meu caro, se calhar você é daqueles que saem do trabalho e não fazem mais nada o resto do dia.
      Pois para um professor não há horário diário nem ao fim de semana.
      Dar as aulas, preparar diariamente as aulas, participar em reuniões da escola, ou com os pais, em formação fora do horário e aos sábados, elaborar todos os relatórios das actividades, de avaliações, elaborar e corrigir os testes, exames,.. Uf! isso faz-se em que horário? Nas 35 horas?
      Já chega! Pode contar com mais de 60 horas semanais, incluindo, noites ou fins de semana,, porque a um professor, contrariamente a um médico, enfermeiro, ou operário ninguém lhe paga horas extraordinárias. E a utilizar os seus recursos informáticos porque na escola os que há são escassos e arcaicos.
      Já ouviu na classe docente alguém falar em horas extraordinárias não pagas? Não, não ouviu! Sabe porquê? Porque não há registo das mesmas. Isso não existe na classe docente!
      Dentro de poucos anos terão de ser os pais ou os avós a dar aulas aos filhos ou netos porque professores haverá poucos e os que houver serão o refugo.
      O Sr. sabe que para entrar na carreira docente tem de ter pelo menos o mestrado? Agora, como os não há já estão aceitar para preencher vagas detentores apenas de licenciatura, e qualquer dia com menos ainda.
      Aí as pessoas que pensam como você não vão ficar surpreendidas porque os professores não lhes fazem falta.
      Fala em ADSE? Mas a ADSE é paga pelos utilizadores da mesma. São 3,5% todos os meses. Você paga quanto para a sua saúde? Não conte os impostos porque isso todos pagam. Ou você pensa que a ADSE é gratuita?
      Informe-se antes de falar de cátedra sem saber do que fala.
      Porque será que o Ministério da Saúde já está a ponderar dar compensação monetária para alojamento a médicos que queiram ir para o interior? Porque não há quem queira essas vagas. É o mercado a funcionar, meu caro.
      E para que conste, não sou professor.

  4. Falando na generalidade, os professores merecem muito menos do que aquilo que já têm.
    A generalidade dos professores tem um nível de competência e preparação mt baixo. Foram maus alunos, entraram em más universidades, tiraram más notas…. mas agora agem como se fossem uns sobre-dotados e uns fora de série.
    Muitos professores, se não estivessem no ensino, onde o nível de exigência é mt baixo, não ganhariam aquilo que ganham. Muitos deles até teriam mt dificuldade em arranjar um qualquer emprego.
    Queixam-se de tudo! Dizem que andam com a casa às costas, quando milhares de outros profissionais fazem o mesmo e não se queixam (veja-se o exemplo de motoristas, de pilotos, de equipas de construção civil, de equipas de trabalhos florestais, etc. etc.).
    Dizem que trabalham muito, mas têm férias como quase mais ninguém.
    Queixam-se da instabilidade, quando qualquer trabalhador por conta própria tem uma instabilidade infinitamente maior.

    Tenho uma sugestão: não gostam das condições que têm? Mudem-se e procurem uma atividade que vos dê aquilo que acham que merecem.
    E tenho outra sugestão ainda melhor: juntem-se e abram uma escola onde dêem aos professores aquilo que exigem do Estado. Criem uma escola onde os professores ganham aquilo que vocês exigem, onde os professores progridem aquilo que vocês exigem, onde os professores trabalham aquilo que vocês reivindicam, onde os professores decidam eles próprios as suas condições de trabalho.
    Estão à espera de quê?

  5. Armindo e Cunhal, vocês apenas falam do que não sabem e só dizem asneiras. Informem-se verdadeiramente do que os professores realmente fazem e em que condições e com que salários, e as despesas que têm com o afastamento de casa, e o roubo do tempo de serviço que lhes pertence e que cumpriram, etc., etc. Eles não corrigem um teste em casa, corrigem-nos todos e muito mais que isso porque o tempo passado nas escolas não chega para tanto.

    E se acham que os professores devem, então, arranjar outra profissão, se os que há já não chegam, qualquer dia, por esse vosso desejo, não haverá mais professores para os vossos filhos e para os vossos netos. Vão vocês substituí-los?!! Dar as aulas por eles?!!

    Informem-se da realidade e não mostrem a vossa ignorância e raiva para com uma classe digna e de grande profissionalismo, sem o qual há muitos anos que as escolas portuguesas estariam sem professores. Sejam reconhecidos porque os professores merecem que assim seja.

    Não, não sou professor mas tenho pleno conhecimento da situação dos mesmos e os vossos comentários são indignos porque só mostram raiva alimentada por um chorrilho de mentiras.

    • A professora do meu filho, (3 classe), chega à escola às 9:10-9:15 e sai da escola pelas 15:50 (todos os dias), vai tem uma hora de almoço que algumas vezes não usa por completo para reunir com os pais.
      Tenho de pagar uma explicadora (também ela professora numa escola primaria) porque 3 dias por semana tem trabalhos de casa e eu que trabalho entre as 8:30 e as 18:00 ou 19:00 (se não tiver reuniões com alguém no México ou Estados Unidos) não tenho o tempo nem cabeça para explicar ao miúdo aquilo que deveria aprender na escola. E o pouco tempo que tenho com ele é para partilhar os momentos naquilo que ele gosta (jogar Nintendo, ir ao parque, jogar à bola, etc.)

      Os comentários dos pais, são porque assistem a estas situações, ouvem as historias de corrigir os testes em casa quando na escola não estão nem 6 horas, reclamam por salários quando ganham mais de 1500 brutos no primeiro escalão enquanto uma grande maioria dos pais não recebe 800 … e por ai fora.

      tente explicar a esses pais quais são as condições precárias dos professores quando a maioria olha para eles e o que vê são pessoas autoritárias que acham que não devem ser avaliados, que não querem cotas de avaliações porque todos se acham excelentes e são incapazes de entender que se todos são excelentes então talvez essa excelência seja o normal e o mínimo exigido para se exercer o cargo de ensinar.

      • Essa professora está errada! Já se queixou? Pode e deve fazê-lo!
        Mas é a excepção e não a regra agir assim. Os que eu conheço, dos meus filhos, são exemplares.

      • Eu não disse que ela não é exemplar, ou má professora, está é uma realidade de uma maioria dos professores da primária!

        Os seus filhos não levam trabalhos para casa?
        Na primária o horário não é das 9:00 às 15:30 ? (Não conte as horas das extra-curriculares porque são dadas por outros professores.)

    • Não adianta argumentar com ignorantes.
      Falam do que não sabem.
      Um até fala em preguiçosos, mas se calhar ele é vive à sombra da bananeira com subsídios pagos pelos outros. Por isso não quer que lhe façam concorrência.

      • Julgo que os professores devem ser os campeões das baixas médicas. Está enraizado “meterem” baixa para evitarem dar aulas em locais que não interessam…. Assim, eles é que estão habituados a subsídios…

  6. Noticia para rir. Então os professores mandam o Costa de Patins??, como??
    Metam o Mário Nogueira a trabalhar e o André pica a Pestana . O primeiro, não sabe dar aulas, nunca trabalhou, o segundo não sei.-

  7. Eu acho que a partir de hoje cada um devia decidir como trabalha, onde trabalha, quanto tempo trabalha e o que ganha.
    O governo, depois, só tinha de fazer a vontade.

  8. Factos são factos, conversa é conversa, o que significado de Negociação é precisamente o contrário de imposição, de ditadura, uma reunião nunca pode ser para uma imposição como defende os Grevistas, o Costa ou o Marcelo estão sempre bem, o Povo é que terá de pagar as exigências e imposições dos Grevistas, o Costa e o Marcelo estão com problemas de greves para proteger os cidadãos das seitas organizadas para nos chupar até ao osso, os apoiantes políticos de Partidos, como BE PCP PSD um dia no Governo os portugueses já sabem o que os espera, desbaratar os dinheiros dos nossos impostos em prejuízo de outras necessidades como a saúde, as Reformas, etc,o que se pode esperar destes partidos políticos será o arrear das calças e se curvarem perante os grevistas.

  9. Mesmo que não haja professores (como alguns vaticinam e ameaçam), haverá sempre a possibilidade de se aprender, como sempre houve. Pensar que a aprendizagem depende apenas de professores é muito redutor. Aliás, muitos professores contribuem mais para a diminuição da curiosidade e interesse pelas matérias do que para a aprendizagem. Muitos professores nem sabem o que pretendem ensinar. E acreditem, esses casos não são uma minoria ou uma exceção….
    Faraday, um dos melhores cientistas de todos os tempos, não precisou de professores para ser o que foi, e na altura não havia internet… imagine-se….
    Muitos alunos apenas adquirem conhecimento quando estudam, de modo autónomo, pelos manuais escolares. O tempo que passam a ouvir os professores traduz-se em mt pouco conhecimento adquirido. Por que será?!

    A verdade é mesmo essa: a generalidade dos professores tem muito mais do que merece e do que teria se tivesse de exercer uma outra qualquer profissão. A generalidade dos professores tem um nível mt baixo. A generalidade dos professores recebe acima do trabalho que faz e daquilo que o nosso país pode pagar. A maioria dos professores é professor porque isso é o que lhes dá mais retorno, de entre tudo o que poderiam ou têm capacidade para fazer.

    Não é justo pedir ao povo português, que globalmente vive com muito mais dificuldades, que suporte o aumento das regalias dos professores.

    E, já agora, a luta pela escola pública é uma chachada pegada de quem tem aversão à meritocracia. A luta devia ser por uma educação de qualidade (seja ela no ensino público ou privado) ou, ainda mais, por boas condições e oportunidades de aprendizagem, ocorram elas como ocorrerem.
    Afinal, o que se pretende é que as pessoas tenham conhecimento e cultura, ou não?

  10. Um professor ganha no meio e final da carreira mais de 1000 euros de diferença para mais, de qualquer funcionário superior publico; perguntem que é verdade, recebem por indice maior que qualquer Engenheiro civil ou outro, Medico Veterinário e outros e ainda querem mais. Qualquer funcionário com curso superior perde em ordenado para eles e por muitas centenas de euros. Apenas tem razão em precisar de ter estabilidade e não andar a pular de sitio para sitio nisso concordo a 100%.
    Desde Cavaco Silva que assim é, funcionou para ele e familia.
    O pior é que ainda e como de costume vão levar a sua avante. Ficaram por ex: Enfermeiros e outros classes esquecidas e mais abaixo na tabela salarial.
    Assim vai o mundo…

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