Ameaça tripla: Tavares e Mortágua não debatem com Melo, Sousa Real deixa recado ao CDS: “Que concorra sozinho”

António Pedro Santos / LUSA

Nuno Melo, ministro da Defesa

Líderes de Livre e BE reforçam que querem Montenegro no debate, PAN poderá ser representado por outra pessoa.

Depois de Rui Tavares, Mariana Mortágua: a coordenadora do BE disse hoje que só aceita debater com Luís Montenegro enquanto representante da coligação PSD/CDS-PP, recusando que possa ser substituído pelo líder do CDS-PP, Nuno Melo.

“É com o Luís Montenegro que eu quero debater habitação e o Nuno Melo poderá apresentar-se a debates, o CDS pode apresentar-se a debates, mas isso não tira a responsabilidade de Luís Montenegro. Eu não debaterei com Nuno Melo em substituição de Luís Montenegro”, afirmou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas na Futurália, em Lisboa.

O Bloco de Esquerda junta-se ao Livre no grupo de partidos que já se recusaram a debater com Nuno Melo como representante da coligação entre sociais-democratas e centristas.

O porta-voz do Livre afirmou esta quinta-feira que só debate com a coligação PSD/CDS-PP se for representada por Luís Montenegro, e criticou os partidos e as televisões por, disse, estarem a aceitar os moldes propostos pelo primeiro-ministro.

Em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, Rui Tavares afirmou que “só debaterá com Luís Montenegro” e não com o líder do CDS-PP, porque Nuno Melo, ao contrário dos restantes líderes partidários, “não é candidato a primeiro-ministro”.

O PAN segue este discurso. Inês de Sousa Real argumentou que “se o CDS-PP quer estar presente nos debates, que concorra sozinho a eleições, em igualdade de circunstâncias com as demais forças políticas”. “Não nos faz qualquer sentido que Montenegro se esconda atrás de Nuno Melo. É estar a esconder-se dos portugueses”, acrescentou.

O PAN não tem ainda uma decisão definitiva quanto à participação na discussão com sociais-democratas e centristas, mas em cima da mesa está a possibilidade de “solicitar a representação de outro membro da lista”. Ou seja, não seria a líder Inês de Sousa Real a estar presente.

“Estupefação”

O presidente do PSD e primeiro-ministro afirmou hoje estar estupefacto com as críticas da oposição à decisão da coligação dividir a participação nos debates televisivos entre Luís Montenegro e Nuno Melo, sem manifestar qualquer intenção de recuo.

No final de uma reunião com os municípios envolvidos no projeto Parque Cidades do Tejo, da Área Metropolitana de Lisboa, Luís Montenegro atirou: “Eu vejo com alguma estupefação. A decisão que tomámos na Aliança Democrática (AD) de utilizar os dois líderes políticos dos dois partidos na campanha eleitoral é uma decisão política que é nossa e que nós assumimos e respondemos por ela. Acusarem-me de estar a fugir de debates é totalmente injustificado”, considerou.

Montenegro repetiu, como tinha feito nas redes sociais, que esteve em 18 debates parlamentares com todos os partidos no último ano e assegurou que participará também nos debates com todas as forças políticas em simultâneo.

“Eu acho que não deve ser entendido como desrespeito a circunstância de o líder de um partido, o partido com mais representação, o PSD, estar na maioria dos debates e o líder do outro partido também poder participar na campanha eleitoral”, afirmou, salientando que, ao contrário do que aconteceu em 2024, o CDS-PP tem representação parlamentar.

Questionado sobre a recusa, já manifestada pelo Livre, de debater com o líder do CDS-PP, Montenegro devolveu as acusações de receio que lhe têm sido imputadas.

“Eu creio que parece que quem está com medo de debater é quem apresenta problemas à participação do presidente do CDS nos debates. Eu por mim, como líder desta coligação, estou muito tranquilo porque sei que o doutor Nuno Melo, nos debates em que participará, vai representar muito bem a proposta política da AD”, disse Montenegro.

ZAP // Lusa

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