“Sabes nadar com algemas?” Militares da GNR suspensos após humilharem adolescente

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Miguel Pereira da Silva / Lusa

O jovem de 17 anos terá proferido insultos contra os militares, que o levaram para um lugar isolado e o intimidaram.

Oito militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) de Portugal foram submetidos a penas disciplinares de suspensão agravada, após terem sido considerados culpados de humilhar e violentar psicologicamente um menor de 17 anos, que tinha proferido insultos contra eles. As penas, ratificadas pelo ministro da Administração Interna no mês passado, variam entre 130 e 150 dias de suspensão.

O incidente ocorreu em 21 de julho de 2021, quando os guardas responderam a uma denúncia de uma festa na Praia do Malhão, em Vila Nova de Milfontes, que estava a violar as regras de distanciamento social devido à covid-19.

Durante a abordagem, um menor foi detido por insultar os militares com expressões como “fuck the police” e foi posteriormente sujeito a tratamentos degradantes, incluindo ser algemado e transportado para um local isolado.

No percurso, os militares questionaram-no sobre de onde era e se era um “betinho que vinha fazer porcaria para Vila Nova de Mil Fontes”. No lugar isolado, o jovem foi obrigado a sair do carro e os militares ter-lhe-ao perguntado: “sabes nadar com algemas?”.

O tenente Rui Pinto, identificado como tendo responsabilidades de comando, recebeu a pena mais severa por ter forjado um relatório de serviço e por não demonstrar arrependimento pelas suas ações, que foram descritas como “completamente gratuitas e abusivas“.

A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI), responsável pela investigação, criticou a conduta dos militares, enfatizando que agiram com o intuito de assustar e humilhar o menor, sem nenhum deles tentar impedir ou terminar as ações desumanas, escreve o Jornal de Notícias.

Além disso, a IGAI questionou a decisão dos militares de transportar o adolescente para uma área deserta em vez de contactar um familiar ou levá-lo diretamente para a estação da GNR, mais conforme o procedimento adequado em casos que envolvem menores.

Apesar das ações disciplinares tomadas, o Ministério Público de Odemira decidiu arquivar o inquérito sobre o caso, alegando falta de indícios suficientes para a acusação de crimes como ofensa à integridade física, abuso de poder, sequestro, tortura, falsificação de documento, denegação de justiça e prevaricação.

Durante o período de suspensão, os militares envolvidos terão o seu salário reduzido para um terço e perderão direitos a suplementos e subsídios, além do tempo de serviço efetivo correspondente à duração da suspensão.

ZAP //

1 Comment

  1. Pois, pois.
    Agora GNR, doutra vez PSP, e por vezes a par.
    Ei-los que berram por subsidios de risco.
    Risco oara quem???
    E mais não digo, porque estou farta que metam os meus comentários na gaveta.

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