Nadal bateu recordes e Medvedev bateu (nas) audiências: “Cérebros vazios”

Rafael Nadal venceu uma das finais de Grand Slam mais marcantes na História do ténis. Mas o tenista derrotado também deixou a sua marca, de outra forma.

Nadal é sinónimo de 21 títulos. Mas é difícil dar um título a este título.

Poderia ser este o título de um artigo sobre a final do Open da Austrália 2022. Uma das finais de Grand Slam mais memoráveis de sempre, no ténis.

Rafael Nadal esteve a perder por dois sets. Tem 35 anos, não estava na final de um Grand Slam desde Outubro de 2020 e tinha pela frente o melhor tenista dos últimos tempos (excluindo o ausente Novak Djokovic).

Mesmo assim, o espanhol superou Daniil Medvedev e ganhou em cinco parciais: 2-6, 6-7, 6-4, 6-4 e 7-5. O jogo acabou quase cinco horas e meia depois de ter começado.

“Foi a melhor reviravolta na Era Open“, considera o antigo campeão Mats Wilander. Essa era começou em 1968.

Nadal é o primeiro tenista a conquistar 21 títulos do Grand Slam – os quatro maiores torneios do ténis. Novak Djokovic e Roger Federar continuam com 20 troféus, cada.

Rafael Nadal conseguiu também ser o segundo tenista a vencer, pelo menos, duas vezes cada torneio Grand Slam. Só Djokovic conseguiu o mesmo.

E venceu o Open da Austrália aos 35 anos. Na Era Open só Roger Federer e Ken Rosewall tinham sido campeões na Austrália com 35 anos ou mais.

Medvedev protestou (outra vez)

A final deste domingo contou com um participante inesperado. Na parte final do segundo parcial, um adepto apareceu no campo, protestando contra a detenção de migrantes. Foi detido rapidamente.

Daniil Medvedev também foi protagonista de outra forma: a protestar com o árbitro. O assunto foram os adeptos que faziam demasiado barulho e que festejavam erros não forçados do russo.

“Não têm cérebro. São cérebros vazios. A vida deles deve ser muito má”, disse o tenista, que já tinha reagido com palmas irónicas quando muitos adeptos celebraram um dos seus erros durante o jogo.

Dois dias antes, na meia-final frente a Stefanos Tsitsipas, disse ao árbitro que o pai e treinador de Tsitsipas estava constantemente a dar indicações ao seu adversário – algo proibido no ténis.

O diálogo com o árbitro foi quente e invulgar: “O pai dele pode falar em todos pontos? Meu, és estúpido? Respondes à minha pergunta? Oh meu Deus, és tão mau. Como é que podes ser tão mau e estar na meia-final de um Grand Slam?”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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