Guerra: Musk apresentou plano de paz depois de falar com Putin

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Elon Musk falou directamente com o presidente da Rússia antes de apresentar um projecto que criou um caos diplomático na internet.

Elon Musk voltou a fazer das suas no Twitter, na semana passada. Desta vez noutro nível: apresentou um “Plano de Paz para a Ucrânia”, país que é cenário de guerra desde Fevereiro.

Os quatro pontos polémicos prevêem: repetir os “referendos”, colocar a Crimeia oficialmente como parte da Rússia, manter a Ucrânia neutra e garantir fornecimento de água na Crimeia.

Agora a revista Vice acrescenta um aspecto importante em relação a este plano do empresário bilionário: Musk falou directamente com Vladimir Putin antes de publicar esta sua ideia.

A indicação surge – de forma improvável – no Eurasia Group, uma famosa e conceituada empresa de consultoria e de pesquisa de risco político.

O fundador da empresa, Ian Bremmer, contou aos seus subscritores, por e-mail, que Musk conversou com o presidente da Rússia.

Ian revelou que, nessa conversa com o empresário, Putin mostrou-se “preparado para negociar” – desde que a Crimeia fosse reconhecida por todos os países como território da Rússia, desde que a Ucrânia aceitasse ser neutra de forma permanente e desde que a Ucrânia aceitasse a anexação das regiões Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia.

Ou seja, voltando aos quatro pontos apresentados por Elon Musk no seu plano, dois deles terão sido sugeridos por Vladimir Putin.

Putin avisou que os seus objectivos teriam de ser alcançados, “não importa como” – incluindo guerra nuclear, caso a Ucrânia “invada” a Crimeia.

“Precisamos de evitar isso a todo o custo”, respondeu Musk (sempre de acordo com a revelação de Ian Bremmer).

Recorde-se que o Governo da Rússia elogiou o plano de paz apresentado por Elon Musk.

Do outro lado, o diplomata e antigo embaixador Andriy Melnyk respondeu a Musk com palavras que não vamos traduzir.

No dia seguinte a ter partilhado a sua versão de plano de paz, Elon Musk assegurou que a sua SpaceX está do lado da Ucrânia. Mas avisou: se as forças ucranianas tentarem recuperar a Crimeia, haverá muitas mortes e poderá começar uma guerra nuclear.


Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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