“Queria que fosse a escrava sexual dele”. Mulher violada por padre fez queixa na GNR

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A mulher alegadamente violada pelo padre recentemente afastado pelo Patriarcado garante que fez queixa na GNR e foi ao hospital após a agressão.

O Patriarcado de Lisboa revelou esta segunda-feira que afastou um sacerdote por ser suspeito de um “crime de violação”. A TVI e a CNN Portugal avançam que o pároco em questão é o capelão do hospital de Alcoitão, João Cândido da Silva.

A vítima é uma mulher, maior de idade, que garante ter feito queixa na GNR e deslocado-se ao hospital após a alegada violação. No entanto, a PJ diz não ter conhecimento do caso, escreve o Observador.

A mulher mantinha um caso amoroso com João Cândido da Silva. O padre não terá obedecido às ordens da mulher para que parasse a sua tentativa de iniciar relações sexuais.

“Ele quis sexo à bruta, queria que eu fosse a escrava sexual dele. Bateu-me, deixou-me toda negra. Eu gritava para ele parar: ‘Pára, João! Pára, João!’ – e ele não parou”, contou a vítima, reiterando que os exames feitos no hospital constam do processo.

No dia seguinte, o padre terá tentado comprar o silêncio da vítima oferecendo-lhe um “rolo de notas, no valor de 300 euros. A mulher recusou prontamente. “Tu vais preso. Vais pagar pelo que me fizeste a mim e a mais alguém”, terá dito.

Em entrevista à TVI, a mulher diz que denunicou o caso ao Cardeal Patriarca de Lisboa, que lhe terá pedido apenas para não o tornar público. Contudo, em declarações à estação televisiva, D. Manuel Clemente defende que “não foi pedida qualquer ocultação”.

O Patriarcado mostrou-se “disponível para colaborar com todas as autoridades competentes, tendo sempre como prioridade o apuramento da verdade e o acompanhamento das vítimas”.

Padre dizia que era alvo de ameaças de morte

O padre João Cândido da Silva teve uma curta passagem pela paróquia de Santa Maria dos Olivais, em Lisboa, em meados dos anos 90. O pároco garantia que era alvo de ameaças de morte e até mostrava bilhetes datilografados em que alguém escreveu que lhe queriam meter uma bomba no carro.

No entanto, as autoridades vieram a descobrir que o tipo de letra dos bilhetes anónimos era a mesmo da máquina de escrever da paróquia, escreve o Expresso.

“Quando se cruzava com algumas jovens ficava tipo catatónico a olhar para elas”, disse fonte anónima ao semanário.

“Há muito tempo que a hierarquia da Igreja sabe bem que este homem não é equilibrado”, contou outra pessoa que se cruzou com o padre em Santa Maria dos Olivais.

Na semana passada, foi notícia que D. Manuel Clemente soube que um padre foi acusado de abusos sexuais de menores, mas nada fez em relação ao acusado. Os alegados abusos já decorreram na década 1990.

A mãe da vítima denunciou o caso a D. José Policarpo, antecessor de D. Manuel Clemente, e a própria vítima falou mais tarde com o atual Cardeal-Patriarca. O padre exercia funções em duas paróquias na altura da denúncia e foi afastado dessas paróquias em 2002, tendo sido colocado como capelão, um papel mais discreto mas onde ainda tinha contacto com o público.

Enquanto capelão, o sacerdote criou uma associação privada que funcionava como uma paróquia paralela. A associação não tinha qualquer ligação formal com a Igreja Católica, mas a Igreja sabia da sua existência.

Daniel Costa, ZAP //

5 Comments

  1. Se de uma vez por todas, a igreja católica se deixasse de hipocrisias e permitisse, tal como outras religiões, que os padres se casassem, vivessem em união de facto ou em qualquer outra à sua escolha, ISTO ACABAVA!!! PONTO!!!!.
    Passavam a ser julgados como qualquer violador, pedófilo, etc., consoante a moldura do crime…
    A igreja católica tem que evoluir, acompanhar o estado do mundo – não pode continuar parada no tempo!
    O trabalho q/o Papa Francisco tem desenvolvido nesse sentido é fundamental! Mas dada a sua idade, se lhe sucede outro “Ratzinger”….

  2. A palhaçada soma e segue e só para quando os senhores da Igreja que recebem as denuncias e querem manter tudo em segredo, forem processados e condenados por cumplicidade, obstrução à justiça… whatever

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