Mulher que acusa de abuso nomeado de Trump para o Supremo quebra o anonimato

ninian_reid / Flickr

O magistrado conservador Brett Kavanaugh

A mulher que acusa o juiz norte-americano de agressão sexual falou, este domingo, publicamente, pela primeira vez sobre o caso, que terá ocorrido há mais de 30 anos, quando ambos eram adolescentes.

Em entrevista ao Washington Post, Christine Blasey Ford, hoje com 51 anos, afirma que Brett Kavanaugh e um amigo, ambos alcoolizados, encurralaram-na num quarto durante uma festa no começo dos anos 1980.

Segundo o relato publicado, o agora juiz, candidato do Presidente Donald Trump ao Supremo Tribunal, ter-lhe-á apalpado o corpo, tentou tirar-lhe a roupa e tapou-lhe a boca para não gritar. “Pensei que, inadvertidamente, me matasse”, lê-se.

A revelação surge dias depois de o juiz, de 53 anos, ter contestado veementemente aquelas alegações. Este domingo voltou a negar tudo.

Antes de se saberem estas declarações, a revista New Yorker revelou que uma mulher, que pediu para não ser identificada, contactou em julho os democratas no Congresso, afirmando que, no início da década de 80, quando o juiz frequentava o liceu em Bethesda, arredores de Washington, tentou agredi-la sexualmente, mantendo-a à força no chão.

Ford, que diz ter conseguido libertar-se, afirma que esta recordação constituiu um drama para si, e teve de recorrer a um psicólogo para enfrentar a situação.

O magistrado foi escolhido por Trump para o Supremo Tribunal através de uma lista fornecida por associações conservadoras, mas cabe ao Senado validar a sua nomeação vitalícia. Caso o Senado avance rapidamente, como se admite, o juiz poderá assumir funções a tempo para o recomeço das audiências no Supremo Tribunal, a 1 de outubro.

Atualmente juiz do tribunal de apelo de Washington, Kavanaugh foi conselheiro jurídico do antigo Presidente republicano George W. Bush. Na altura da nomeação, Trump considerou que este “é um jurista brilhante, de textos claros, considerado por todos como uma das mentes legais mais agudas do nosso tempo”.

ZAP // Lusa

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