Nem botão de pânico, nem pulseira electrónica valeram a mulher morta à facada pelo ex

Tânia Rêgo / Agência Brasil

Carla Dias, de 43 anos, foi assassinada pelo ex-marido no centro de Gondomar, no distrito do Porto. Nem o facto de ter um botão de pânico e de o ex-companheiro ter uma pulseira electrónica lhe valeram.

É mais um caso de violência doméstica que choca, sobretudo pelo facto de as medidas implementadas não terem sido suficientes para salvar a vítima. Carla Dias acabou morta à facada pelo ex-marido, no centro de Gondomar, no local onde trabalhava.

O crime ocorreu na quarta-feira de manhã e o suspeito que terá 47 anos, segundo o Jornal de Notícias (JN), acabou por entregar-se no mesmo dia, na PSP de Gaia.

“Ouvi gritar por socorro dentro da loja e fui acudir. Bati à porta até que um homem veio abrir, tinha uma faca enorme de cozinha e só dizia: Eu mato! Eu mato!“, conta ao Correio da Manhã (CM) uma testemunha do crime, Rogério Oliveira.

Carla Dias tinha um botão de pânico, sistema de teleassistência que tinha recebido depois de o ex-marido ter sido detido por violência doméstica, em Setembro do ano passado. Ficou, então, proibido de se aproximar da ex-mulher.

O CM garante também que o agressor tinha uma pulseira electrónica no âmbito de “uma condenação por violência doméstica cometida sobre Carla Dias”.

O casal mantinha-se casado, mas estavam separados desde Agosto de 2022. Contudo, o homem nunca aceitou o fim da relação e continuou a perseguir Carla Dias e a assediá-la no trabalho e na casa dos pais, onde vivia com a filha de ambos, de 11 anos.

“Costumava rondar o carro dela e batia à porta dos pais a insultá-la. Também ia até ao trabalho para a incomodar”, contam os vizinhos da vítima em declarações ao JN.

Carla vivia apavorada por causa desse homem. Sempre que estávamos juntas nos convívio de motards, ela estava sempre com medo que ele aparecesse”, refere ao CM uma amiga da vítima, sublinhando que chegou a aconselhá-la “a desaparecer por uns tempos”.

A mulher de 43 anos acabou por morrer às mãos do ex-marido. A equipa médica que a assistiu ainda tentou manobras de reanimação no local do crime, mas nada foi possível fazer.

ZAP //

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