António Cotrim / Lusa
O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes
Antigo líder do PSD chamou ainda a antena o caso de Rodrigo Gonçalves, dirigente nacional do PSD, para reforçar que a justiça funciona para todos.
Luís Marques Mendes entende que a a demissão de Miguel Alves, atual ex-secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, “era uma questão de tempo”, já que o antigo autarca de Caminha “estava a ser contestado por todo o lado: à direita e à esquerda, mesmo dentro do PS”. Aponta ainda o dedo a António Costa, a quem atribui culpa pela imprudência que teve ao convidar Miguel Alves. “Sabendo que o autarca era arguido em duas investigações, o primeiro-ministro não o devia ter trazido para o Governo.”
“Primeiro, porque a sua presença seria sempre tóxica. Segundo, porque a qualquer momento podia ser acusado e ter de sair.”
Miguel Alves também não se livrou de recados do comentador, que fez questão de lembrar que este terá a sua carreira arruinada “por anos”, algo que deveria ter antecipado ao entrar para o Governo por passar a “ter um escrutínio maior”. “Agora, perdeu tudo: não é governante nem deputado nem Presidente de Câmara. É o que dá ter muita soberba e muita pressa de chegar ao poder”.
Fez ainda referência ao caso de Rodrigo Gonçalves, dirigente nacional do PSD que na última semana se viu envolvido numa investigação e acabou por pedir demissão dos cargos partidários que ocupava. “O que prova que ninguém, à esquerda ou à direita, está acima da lei. Luís Montenegro e o próprio fizeram o que é correto: decidiram a suspensão de funções. Afinal, uma suspeita pode diminuir politicamente o visado e contaminar o órgão de que faz parte”, analisou.
