Motorista do vice-presidente do Chega na AR fez 600 horas extra (limite são 200)

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Manuel de Almeida / Lusa

O motorista de Diogo Pacheco de Amorim, vice-presidente do Chega na Assembleia da República (AR), apresentou para pagamento 600 horas extraordinárias. O limite previsto são 200 horas por ano.

Além das sete horas diárias de trabalho, o motorista de Pacheco de Amorim registou “602 horas extraordinárias” no período entre Março e Dezembro deste ano em que esteve ao serviço do deputado do Chega, como apurou a SIC Notícias com base em dados de um parecer da Direcção Administrativa e Financeira do Parlamento.

São “19 horas de trabalho extra” numa semana de sete dias, e 400 horas a mais do que o limite previsto que é de 200 horas, como realça o canal.

Estes números ganham especial relevância à luz do protesto do Chega com o fim do corte de 5% no salário dos políticos que foi instituído na altura da “Troika”, e que foi, agora, revertido no Parlamento.

Os deputados do Chega colocaram tarjas em protesto nas fachadas do Parlamento, e garantiram que vão abdicar da reposição dos salários a que têm direito por lei.

Na altura, o líder da Iniciativa Liberal criticou a postura do Chega, questionando os deputados deste partido se o seu vice-presidente na AR ia abdicar também do motorista e do carro oficial a que todos os “vices” do Parlamento têm direito.

Pacheco de Amorim veio, contudo, posicionar-se contra o próprio partido, notando que o corte de 5% é “ridículo” e uma “ninharia”.

Agora, o seu motorista apresenta mais de 600 horas extraordinárias de trabalho para pagamento, o que requer uma aprovação especial do Conselho de Administração do Parlamento por ter sido ultrapassado o limite previsto.

O parecer da Direcção Administrativa e Financeira do Parlamento citado pela SIC recorda a lei para notar que “os assistentes operacionais parlamentares que exerçam a função de motorista podem ultrapassar as 100 horas anuais (de trabalho suplementar) até ao limite de 200 horas anuais, mediante autorização do Secretário Geral”.

Este documento realça também que o carro oficial só pode ser utilizado “no âmbito de competências, excluindo quaisquer fins particulares“.

Pacheco de Amorim “vive fora de Lisboa” e não recebe subsídio de deslocação

Numa nota do gabinete de Pacheco de Amorim enviada à SIC, justifica-se que o vice-presidente da AR “vive fora de Lisboa” e que “prescindiu do subsídio de deslocação a que tinha direito”.

Além do trabalho como vice-presidente da AR que “tem de desempenhar durante o fim de semana e feriados”, Pacheco de Amorim “tem também funções de representação em nome do presidente da AR, sempre que solicitado várias delas decorrendo, também, ao fim de semana e feriados”, aponta a mesma nota.

ZAP //

 

20 Comments

  1. Se for para fazer a figura que fez ao substituir o Presidente da Assembleia na assembleia, em que parecia que estava numa reunião de condomínio, onde não fazia a mínima ideia do que estava a fazer, e que anteriormente levou a tanto alvoroço por parte do Chega para que o dito senhor fosse nomeado Vice-Presidente, ainda é pior que o relatado …..

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  2. Lembrem-se apenas do seguinte:
    por lei nós trabalhamos 8h/dia, e eles são 7h/dia… logo aí são mais 5 horas que entram para horas extra.

    Por isso é que a função publica ( e os medicos e enfermeiros), querem só 35 horas semanais, para atingirem mais rapidamente as horas extra.

    • Quem são os “nós” e os “eles” ???
      Acho que não está a ver bem o problema ….
      Pelo que percebo não é funcionário publico …
      Gostaria de saber se o seu patrão o obrigasse a fazer horas extra, mesmo que não quisesse, aos sabados, domingos, feriados, natal, pascoa, etc e depois ainda por cima cortasse no valor do trabalho extra, ou até em alguns casos não pagar como é devido à anos, como se sentiria????
      Estaria com certeza à espera das horas extra ….

      Peço que se informe do que está a falar …

      E não caia na armadilha do costume …. os “nós” contra os “eles” que é o que querem. Dividir para reinar, enquanto andam os “nós” contra os “eles”, nivelam as coisas pelo mais baixo ….

      Tenha consciência de uma coisa, em Portugal toda a gente da chamada classe média e abaixo dela, ganha mal, quer seja nos privados quer seja na função publica …..

      E não é o Chega que quer ou vai resolver o problema, o Chega apenas quer votos e diz o que as pessoas querem ouvir …

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      • Ninguém está numa guerra entre “nós” e “ele”… se o mencionou então sabe muito bem o que eu quero dizer, e sabe muito bem diferenciar.
        E quantas vezes trabalhar 10 e 12 horas e até diretas, e mesmo no Natal e ano Novo para ficar de suporte a sistemas.
        Esteja é caladinho, pois percebeu o que eu quero dizer.

  3. Boçalidade, oportunismo, ignorância, mentiras, calúnias, hipocrisia, enfim …. é nisto que 1 milhão votaram… é o retrato de um povo …

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  4. Bem, pensando que um ano tem 365 dias…que tem 104 fins de semana, mais uma média de 14 feriados obrigatórios que faz sobrar 247 dias de trabalho que da uma média de 8 meses de trabalho…por norma recebemos 14 meses de salário…para mim ja não quero as horas extras…mas isto sou eu

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  5. “Bem prega Frei Tomás: faz o que ele diz, não faças o que ele faz”.
    Os dirigentes do Chega são uns demagogos, a começar por André Ventura.
    Vamos ver se os deputados do Chega vão fazer o donativo dos 5% do vencimento a que têm direito e até quando.
    Os serviços da Assembleia da República não podem “cortar” vencimentos, como acontece com qualquer entidade patronal.
    Agora, os trabalhadores, bem como o deputados do Chega, podem fazer donativos a bem de quem quiserem.
    Os deputados do Chega, que assinaram o “papel” que o André Ventura mostrou num vídeo, para serem coerentes, devem mostrar que doaram os 5% do vencimento a uma causa social ou devolveram à Nação.

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    • Senhor Francisco, os otários já cá andam há perto de 50 anos a pagar a conta.
      Leia o meu comentário. Isto é prática corrente no estado e nas câmaras municipais há muito tempo. Ninguém descobriu a pólvora.

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      • O motorista de Sócrates ganhava muito mais…
        Já agora, quantas horas extraordinárias e ajudas de deslocação ganham os outros?

  6. Epá, eles não descobriram a pólvora.
    Os senhores “motoristas” de políticos (TODOS ELES, desde este de um vice da AR até aos motoristas dos presidentes da Câmaras Municipais, metem mais horas extraordinárias do que as permitidas por Lei. Todos eles!!!
    Está tudo indignado pelo que se passa com o motorista deste gajo, mas investiguem os outros! De norte a sul do país isto acontece em muito lado, isto se não for mesmo generalizado. E o estranho é que recebem as horas, muitas vezes “só” com o limite de 60% do salário mensal. Façam lá as contas…salário mais 60% do salário em “horas”! É fixe não é?
    Já agora, quando ainda haviam mais inspetores, até relatavam isto ao Tribunal de Contas, e faziam as contas ao que era pago a mais, mas vejam lá se alguém foi ao castigo senhores jornalistas! Tudo caladinho que isto não é para noticiar!

    • O paga impostos para isto, e o Joe ficaram com a barriga arder, mas isto não é nada de novo as pessoas ainda não se aperceberam da cilada que A.V. do chega para trás vos meteu, a mim não mas alguns dos seus seguidores que não conhecem o histórico destas pessoas, pelo menos tem um motorista que quer trabalhar muitas horas e não deixam.

  7. Não percebi a analogia do Chega ser contra o aumento de 5% do salários dos políticos e as horas extras do motorista do Diogo Pacheco Amorim !!! Mais após análise mais aprofundada o que temos:
    Quem apurou esta descoberta bombástica foi a SIC/Expresso, só aí a credibilidade da mensagem que esse média tenta passar já levanta muita duvida sabendo que este canal sempre defendeu as ideologias de esquerda e tenta ostracizar o Chega, a mando dos seus paladinos do costume chefiado pelo irmão do ex primeiro ministra António Costa.
    Fica as perguntas é o único motorista a ter tanta hora extra ??? e os outros dos outros partidos ??? quantos motoristas tem cada deputado ou ministro ???? o Facto de reverterem os cortes nos salários dos políticos irá originar o fim da necessidade de motoristas ou de recorrerem a horas extras ???
    A SIC em vez de abrir os olhos aos portugueses sobre o facto de os deputados terem arranjado a muito tempo outras formas de compensar o dito corte de 5% que agora com o fim do corte continuarão a existir, prefere atirar com areia para olhos do povo.

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    • Um otário será sempre um otário… Seja Joe ou seja Hilário!
      É mais velho que o cag…r de cócoras a tactica de atacar o mensageiro para desviar atenções da mensagem ou quando não se consegue atacá-la e ela faze comichão.

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