Pacheco de Amorim contraria Chega: corte de 5% é “ridículo” e uma “ninharia”

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Tiago Petinga/LUSA

André Ventura e Diogo Pacheco de Amorim em conferência do Chega

Em protesto contra o fim do corte nos salários dos políticos, o Chega pendurou tarjas nas janelas do Parlamento, mas o seu dirigente, escolhido para vice-presidente da Assembleia da República, é contra a posição oficial do partido.

Em declarações à Renascença, Diogo Pacheco de Amorim afirmou que “quando tudo for reposto, também aos políticos (o corte) pode e deve ser reposto” — uma posição oposta à de André Ventura, que classificou o fim dos cortes como “incompreensível e até escandaloso”.

Pacheco de Amorim defende, no entanto, uma abordagem diferente. O dirigente argumenta que, à medida que outros cortes forem repostos, também os políticos têm direito a esta reposição, embora não tenha especificado a que cortes adicionais se refere.

“Os políticos não devem ser discriminados em relação aos funcionários públicos”, afirma. O que o presidente do partido e a direção do partido entenderam é que só deveríamos aceitar essa reposição quando todas as reposições tivessem já sido feitas a nível nacional e em todas as áreas, coisa que não aconteceu. Estávamos dispostos a assumir essa reposição se já todas as reposições tivessem sido feitas”, diz o dirigente.

5% parece ridículo, mas a ideia é que quando tudo for reposto, nós aceitamos a reposição”, sublinha: “estamos a falar de uma ninharia, é mais uma questão simbólica”.

A polémica sobre o fim do corte salarial gerou intensos debates políticos e foi particularmente marcante durante a aprovação do Orçamento do Estado no Parlamento, no final do mês passado.

A medida, aprovada com votos do PSD, PS e CDS, foi rejeitada pelo Chega e pela Iniciativa Liberal.

Como forma de protesto, o Chega instalou faixas nas janelas dos seus gabinetes na Assembleia da República, condenando o que considera uma decisão desajustada. Todo o “circo” não passou, para Pacheco de Amorim, de um “mal-entendido”.

“Só se soube que os bombeiros lá estavam já muito tarde. Não sabíamos que os bombeiros estavam ao caminho. Quando soubemos, o dr. André Ventura saiu do plenário, foi ver e os bombeiros já estavam a chegar lá acima. Se ele tivesse sido avisado antes, aquilo já teria sido retirado, como é evidente. Não íamos esperar que os bombeiros subissem, corressem riscos, foi um mal-entendido e uma má comunicação”, explica.

ZAP //

1 Comment

  1. Estes senhores do Chega são uns populistas e demagogos, pois sabem que os vencimentos não podem ser “cortados” ou reduzidos pela entidade patronal, situação que o Sr. André Ventura sabe como jurista.
    Assim, para serem consequentes, e não enganadores, os deputados do Chega devem pegar nos 5% dos vencimentos, que vão receber no final do mês, e doá-los a uma instituição ou devolvê-los ao Estado. A iniciativa tem de partir dos deputados individualmente. Vamos ver quantos deputados do Chega, os tais que assinaram uma folha que o Sr. André mostrou num vídeo de propaganda, vão devolver ou doar os 5%. Fico à espera que o Sr. André seja o primeiro a fazer a doação dos 5% e por quanto tempo.

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