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Moscovo encobriu desastre nuclear quatro vezes pior do que Chernobyl

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Diana Markosian / wikimedia

Sinal de aviso de radioactividade em Pripyat, cidade próxima da Central Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que foi abandonada após o desastre em Abril de 1986.

As autoridades da ex-União Soviética encobriram um “desastre nuclear quatro vezes pior do que Chernobyl”. A revelação surge mais de 60 anos depois de este acidente ter acontecido no Cazaquistão.

A descoberta foi feita graças a um relatório classificado como “top secret” que detalha os contornos do caso que ocorreu em agosto de 1956, no âmbito de testes com armas nucleares feitos pela antiga União Soviética em Semipalatinsk e Öskemen, no Cazaquistão.

Foi o director do Instituto de Medicina Radioactiva e de Ecologia (IMRE) de Semey, no Cazaquistão, que encontrou o relatório, entregando-o à New Scientist que agora divulga as informações que ele contém.

O acidente provocou mais de 638 doentes com envenenamento radioactivo, um número muito superior aos 134 envenenamentos que se verificaram aquando do terrível acidente nuclear de Chernobyl.

Marcado como “confidencial”, o relatório detalha que os cientistas russos, que se deslocaram à zona em três expedições distintas, detetaram “considerável contaminação radioativa dos solos, vegetais e comida” no local onde decorreu o acidente e nas vilas e cidades das imediações, cita a New Scientist.

O documento do Instituto de Biofísica russo foi descoberto nas instalações do IMRE pelo director deste espaço, Kazbek Apsalikov, que diz à revista que “durante muitos anos, isto foi um segredo“.

Apesar do incidente e das recomendações dos investigadores para que os testes nucleares parassem, estes continuaram e as autoridades não informaram as pessoas do acidente, muito menos o comunicaram ao resto do mundo.

No relatório, não há referências ao número de mortes associadas ao desastre nuclear, mas nota-se que o envenenamento dos residentes acabou quando estes deixaram de comer os alimentos produzidos localmente e passaram a consumir produtos importados.

Os cientistas também referem que as consequências persistiram meses depois do incidente, com níveis altíssimos de radiação que acarretavam elevado perigo para as pessoas.

Na sequência das expedições científicas, foi criada uma clínica especial e secreta para detectar os níveis de radiação e os seus efeitos para a saúde.

Os testes nucleares em Semipalatinsk pararam em 1963 e o local é hoje, considerado seguro para se viver, mas “algumas áreas, nunca voltarão a ter natureza”, refere Apsalikov à New Scientist, notando que noutras zonas, a situação “é incerta e potencialmente perigosa”.

ZAP //

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15 Comments

  1. Nunca me esqueço quando aconteceu o acidente de Chernobyl, o Camarada Álvaro Cunhal, com aquele sorriso sarcástico à chegada a Lisboa dizia que tinha sido um problema técnico… Esta foi sempre a filosofia Comunista que durante décadas, provocaram os maiores atropelos liberdade Humana.

    • Junta-te ao Trump, que ele é nosso amigo, tal e qual o Pinochet, não é verdade? Entre comunismo e fachismo, venho o diabo e escolha, já tu, já percebemos que escolhestes 1 dos lados!

    • Profunda servidão e ignorãncia humanas…isso lembra-me muito o sistema democrático, corrupto pelos capitalistas, que só servimos é para lhes encher os bolsos, à conta dos nossos impostos, para lhes pagarmos os bancos, não é verdade?

      • Pois é, os angolanos dirão o mesmo, os russos certamente também, aquilo de comunismo foi para encher os bolsos de alguns poucos privilegiados do regime que assim que deu o estoiro foi ver capitalistas russos a comprarem grandes clubes de futebol na Europa, isto de capital não tem cor nem ideologia comem todos a eito.

  2. Da comunagem não se poderia esperar outra coisa. Em todos os países da Europa já essa corja foi desaparecendo. Só no país mais atrasado da dita cuja, essa corja ainda está no parlamento. Para lamentar!! Em tachos criados por eles e para eles!

  3. Se foi 4 vezes pior como é possivel ser seguro para viver? Ainda hoje chernobyl tem radiaçao e ira ter por muitos anos,4 vezes pior normalmente seria…pior? Ou o desastre é medido só pelo n de pessoas que morreram no imediato?

      • Se se derem ao trabalho de ler o artigo pode ser que consigam perceber. Chernobyl fez, segundo o texto, 134 vítimas de envenenamento, e o referido acidente 638. Ora, 638/134=4.7…

    • Pois é, pois é, eu até aposto que podes perfeitamente considerar Semipalatinsk e Öskemen como destinos de eleição para as tuas próximas férias.

  4. Entao o impacto ambiental,a radiaçao que perdurará por decadas e o envenenamento de pessoas animais e plantas nao conta? E se fossem instalaçoes nucleares autonomas onde nao morresse ninguem mas a nivel de radiaçao fossem libertadas quantidades astronomicas? Qual a gravidade da situaçao comparando com esta? Eu li,mas alem de ler convem pensar no que se lê, para nao correr o risco de ficar na categoria intelectual dos que dizem onteontem,stander e lider( lidl para os outros)…

  5. Esta noticia é completamente ridícula
    Chernobyl não foi um desastre por causa de 134 envenenamentos por radiação, numero andótico porque provavelmente só leva em conta os funcionários que se encontravam na central na altura do acidente e os trabalhadores que depois fizeram a limpeza
    Foi um desastre pelas gigantescas quantidades de radiação lançadas para o ar que ao longo de décadas contaminaram milhões de pessoas em toda a Europa com niveis anormais de radiação que levaram e continuam a levar a inúmeras doenças, sendo a principal, o cancro
    O pior mesmo até acabou por não acontecer, pois na altura das limpezas, por muita sorte não se deu uma explosão atómica de 3 Megatoneladas, 230 vezes mais potente que a bomba de Horoshima, que nas próprias palavras do Gorbachev, iria tornar a Europa inabitável!!!
    Documentário muito interessante para quem quiser saber mais
    https://www.youtube.com/watch?v=ezohqY-vg4s

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