Moscovo ameaça com “Terceira Guerra Mundial” após condenação internacional

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Konstantin Zavrazhin / EPA

A ONU condenou a anexação das províncias ucranianas, e a assembleia parlamentar do Conselho da Europa declarou o regime russo “terrorista”.

A Rússia anexou mais quatro regiões da Ucrânia e recebeu uma mensagem clara de condenação internacional. Só votaram quatro países ao lado de Moscovo na Assembleia Geral das Nações Unidas — a Bielorrússia de Lukashenko, a Síria de Assad, a Coreia do Norte de Kim Jong-un e a Nicarágua de Ortega.

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, que reúne representantes de 46 países, declarou a Rússia um “estado terrorista”, esta quinta-feira.

Embora a comunidade internacional chame à atenção para os sinais de isolamentos de Vladimir Putin, o Presidente russo teve um dia repleto de encontros com outros líderes no Cazaquistão, avança o Diário de Notícias.

Putin viajou para Astana, onde participou na Conferência de Interação e Medidas de Confiança na Ásia (CICA), organização fundada pelo Cazaquistão, e na qual participam 27 países asiáticos. O líder russo encontrou-se com o emir do Qatar, o líder da Autoridade Palestiniana e o presidente da Turquia.

Mas um alto funcionário deixou uma ameaça. Para Alexander Venediktov, secretário adjunto do Conselho de Segurança da Federação Russa, a adesão da Ucrânia à NATO é o caminho para um conflito que arrastará o mundo inteiro.

“Kiev está bem ciente de que tal passo significaria uma escalada garantida para uma Terceira Guerra Mundial”, avisou Venediktov à agência TASS. O secretário relembrou ainda que, ao ajudar a Ucrânia, o Ocidente “é uma parte direta no conflito”.

O Ocidente respondeu com palavras e atos. Na reunião de ministros da Defesa da NATO, com o pedido de ajuda de Volodymyr Zelenskyy para proteger os céus do seu país, foi anunciado que a Espanha irá enviar quatro lançadores de mísseis Hawk e uma bateria de mísseis antiaéreos Aspide.

Jens Stoltenberg prometeu também o envio de equipamentos antidrone na ordem das centenas para Kiev. Para além disso, 15 países europeus — Portugal excluído — associaram-se a um projeto para a compra conjunta de sistemas de defesa antiaérea.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, advertiu que o uso de armas nucleares por Moscovo levaria como resposta a “aniquilação do exército russo“.

Já o presidente francês Emmanuel Macron respondeu no Twitter à ameaça russa e afirmou não querer uma guerra mundial.

Em entrevista à France 2, Macron sublinhou que o arsenal nuclear francês não será usado devido à guerra na Ucrânia. Vários especialistas criticaram esta afirmação.

As declarações de Venediktov aconteceram duas semanas depois de Zelenskyy ter respondido à anexação das regiões de Kherson, Zaporíjia, Lugansk e Donetsk com o anúncio da candidatura de adesão à aliança atlântica. E dão-se no momento “de mais grave intensificação desde a invasão”, segundo Stoltenberg.

Depois do ataque em larga escala esta segunda-feira, os bombardeamentos russos prosseguiram e, só na quarta-feira, mataram mais 17 civis. Na quinta-feira foram atingidas 40 localidades, com Lviv, Mikolaiv, Nikopol e Kupiansk à cabeça.

As autoridades russas, no entanto, acusaram a Ucrânia de atingir um edifício residencial em Belgorod. Mikhailo Podolyak, conselheiro de Zelenskyy, justificou que o míssil foi disparado pelos russos para atingir Kharkiv, mas que acabou por cair na cidade, a 40 quilómetros da Ucrânia.

O vice-primeiro-ministro Marat Khusnullin ofereceu “alojamento gratuito” a todos os que queiram sair de Kherson e instalarem-se na Rússia.

Alice Carqueja, ZAP //

13 Comments

  1. Para quem tem dúvidas sobre estes criminosos, basta ver que um dia dizem que nunca usarão armas nucleares e no dia seguinte, falam em guerra mundial. São estes os loucos que alguns aqui defendem. Vergonha!

    • Não tenha dúvidas.
      Essa gente que defende sanguinários terroristas devia ir viver para a Rússia para provar do veneno.
      São sempre os mesmo saudosistas do império soviético.
      Vão para o gulag para saber o que sofreram as vítimas desse horror estalinista.

  2. É pena que se não tenha dito que para além dos quatro países que votaram ao lado da Rússia (contra a moção) houve outros 35 que se abstiveram. E uma abstenção numa votação como esta é uma recusa de condenar a Rússia pelo ato de auto-determinação promovido em certas regiões da ex-Ucrânia. Qualquer dia começo a pensar que a comunicação social portuguesa tem muito de parecido com a da Coreia do Norte…

    • Blá, blá, blá… Tu devias pensar numa coisa antes de opinares: se regozijas tanto com o sistema russo porque não vais para lá? É que lá, não comentas! Pelo menos contra o governo e presidente, sem consequências.

      • E tu em vez de insultar e criticar, porque não expor sua opinião? É amora, insultar, criticar, denegrir em vez de uma discussão saudável. Ninguém gosta da Rússia nem o que está a passar, mas muita gente como você deveria ler e se informar um pouco mais em vez de vir a vomitar o seu ódio ao seu semelhante de uma maneira idiotica . Imagino que nem terá ideia ..

      • Toma uma pastilha que isso passa-te. Quanto a argumentos… não vale a pena estar aqui a dar. A minha avó sempre me disse: nunca discutas com um tolo.

  3. A atenção da Zap: Chamar Jong-un a Kim é o mesmo que chamar Vladimir a Putin. Os nomes coreanos começam pelo apelido e não pelo nome próprio.

  4. Tanta treta… ONU (a Assembleia Mundial), sansões e outras tretas.
    Os países europeus continuam a comprar petróleo ao Putin (Espanha, em Agosto de 2022, comprou o triplo do que tinha comprado em Agosto de 2021) e vão mandar armamento)
    Não dá para entender, o Putin ameaça, é ameaçado e os países retaliadores continuam a negociar com ele?
    Simplesmente… farsa!!!

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