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Número de mortos no tsunami na Indonésia sobe para 281. Há mais de mil feridos

Tanjung Lesung / EPA

O tsunami que atingiu a Indonésia no sábado causou pelo menos 281 mortos e mais de mil feridos, segundo um novo balanço das autoridades que alertam que “o número de vítimas continuará a aumentar”.

A informação foi prestada pelo porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho, que declarou ainda que 57 pessoas estão dadas como desaparecidas.

O balanço anterior apontava para 222 mortos e mais de 800 feridos na sequência do tsunami que os cientistas acreditam ter sido provocado pelo deslizamento submarino de terra, causado pela erupção do vulcão Anak Krakatau.

A Associação Médica Indonésia deu conta de que está a enviar mais médicos e equipamentos para o terreno e que muitos dos feridos precisam de tratamento especializado na áreas de ortopedia e neurocirurgia. A mesma entidade revelou que a maioria dos pacientes reside na Indonésia.

A responsável da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho Kathy Mueller disse, citada pelo jornal Público, que as equipas estavam a ajudar no esforço de retirada dos feridos e de fazer chegar água limpa aos locais afetados, prevendo ainda a possibilidade de surgirem epidemias. “A situação, e o número de mortos, vai manter-se indefinido nos próximos dias e mesmo semanas”.

Este foi o segundo tsunami a atingir a Indonésia este ano, mas o que atingiu a ilha de Celebes a 28 de setembro foi acompanhado de um forte terramoto.

A Indonésia é o quarto país em número de habitantes e também um dos mais castigados por desastres naturais. A localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e o número de vulcões ativos no país, mais de cem, tornam a nação propensa a grande atividade sísmica.

O pior tsunami na Indonésia aconteceu a 26 de dezembro de 2004 no norte de Samatra e causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico, dos quais 168 mil em território indonésio.

Anak Krakatoa, filho do poderoso e fatal Krakatoa

No caso específico do vulcão Anak Krakatoa, filho de Krakatoa, responsável por aquela que terá sido a 2.ª erupção vulcânica mais fatal da História e a 6.ª maior erupção do mundo, sentida a 26 de agosto de 1883. A erupção mudou toda a geografia local, baixou a temperatura global em mais de um grau e deixou a Terra meio às escuras durante 18 meses. O planeta mudou em 1883, sendo as consequências deste evento natural estudadas ainda nos dias que correm.

Nurul Hidayat / Bisnis Indonesia / EPA

Erupção do filho Krakatoa neste fim-de-semana

Tal como explica o Observador, a ilha inicial – com 882 metros de altitude – desapareceu, fragmentando-se em em três pequenas ilhas. Uma delas, a maior, tem o nome do seu pai e é lá que reside o perigo. Na cratera do vulcão nasceu uma nova formação rochosa que está a crescer ainda a crescer: a Anak Krakatau, que já conta já com mais de 324 metros de altura e que aumenta a cada anos cinco metros de altura.

Os cientistas acreditam que a nova formação pode ser muito mais poderosa do que o antigo Krakatoa. Quando o “pai” explodiu, os três picos iniciais do primeiro vulcão foram transformados num só e a caldeira vulcânica atingiu os 50 quilómetros subterrâneos – um imenso depósito de lava. Este vulcão é extremamente ativo e como está, quase sempre, em nível de alerta 2, é muito difícil antecipar as suas erupções.

ZAP // Lusa

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