Peter da Silva / EPA

Pelo menos duas pessoas morreram, cinco estão desaparecidas e milhares estão cercadas, esta terça-feira, devido aos incêndios que estão a devastar o sudeste da Austrália.
“Hoje é um dia terrível para Nova Gales do Sul. Após a trágica morte, na noite passada, de um bombeiro voluntário, a polícia confirmou duas mortes em Cobargo. Uma terceira pessoa está desaparecida”, afirmou, em conferência de imprensa, a chefe de governo daquele estado, Gladys Berijiklian.
Antes, o chefe de governo do estado de Victoria, Daniel Andrews, indicara que estão por localizar quatro pessoas naquele estado do sudeste do país, e que se encontravam nas áreas onde vários fogos estão ativos.
No município de East Gippsland, na fronteira com o estado de Nova Gales do Sul, ao qual pertence Mallacoota, cerca de quatro mil pessoas fugiram para as praias para escapar às chamas, numa das regiões mais turísticas da Austrália.
Andrews disse que está a ser considerada a possibilidade de evacuar algumas comunidades afetadas pelos incêndios, como Mallacoota, onde, de acordo com imagens difundidas nas redes sociais, é visível um céu vermelho e fumo denso.
“Fizemos pedidos [à Defesa australiana] para nos apoiar na avaliação dos danos às propriedades e também para aceder a algumas comunidades isoladas por via marítima”.
A situação no estado de Victoria piorou nos últimos dias, com 260 novos incêndios declarados na segunda-feira e mais 61 durante as primeiras horas do dia de hoje.
Este domingo, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, foi novamente confrontado com um grande coro de críticas, depois de ter confirmado que o famoso fogo de artifício na noite de passagem de ano, em Sydney, vai acontecer. Esta cidade é a capital de Nova Gales do Sul, o estado mais afetado pelos incêndios.
“O mundo olha para Sydney todos os anos e vê a nossa vitalidade, a nossa paixão, o nosso sucesso. No meio dos desafios que enfrentamos, sujeitos às considerações de segurança, não consigo pensar numa altura melhor para mostrarmos ao mundo quão otimistas e positivos somos como país”, disse.
Entretanto, está a decorrer uma petição, que já conta com quase 300 mil assinaturas, para que o famoso espetáculo de final de ano seja cancelado. O abaixo-assinado recorda que o dinheiro gasto no fogo de artifício — vários milhões de dólares australianos — seria melhor utilizado para apoiar os agricultores e os bombeiros que combatem os incêndios.
O governante tem estado no centro da polémica por ter estado de férias no Havai numa altura em que a situação dos incêndios se agravou. Morrison viu-se obrigado a interromper a sua pausa e a lamentar o sucedido.
ZAP // Lusa