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Morte de Khashoggi foi “brutal e “perpetrada” por representantes do Estado saudita

Ali Haider / EPA

A relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais afirmou esta quinta-feira possuir “provas” demonstrando que a “morte” do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi “brutal, planificada e perpetrada por representantes do Estado da Arábia Saudita”.

Em comunicado, e na sequência de uma visita à Turquia, Agnès Callamard sublinhou que esta “morte” foi “premeditada” e constitui “a violação mais grave do mais fundamental de todos os direitos, o direito à vida”. Denunciou ainda a utilização da “imunidade” diplomática para cometer um assassino com toda a “impunidade”.

A relatora da ONU sobre execuções arbitrárias, sumárias ou extrajudiciais pretende apresentar o relatório final em junho, perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Khashoggi, colunista do Washington Post e crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, foi morto no dia 2 de outubro no interior do Consulado saudita em Istambul.

Agnès Callamard lamentou ainda no comunicado o “tempo e acesso inadequados concedido aos investigadores turcos para promoveram um exame e pesquisa profissional e efetivo da cena do crime, que é exigido pelos padrões internacionais”. Mais de quatro meses após a sua morte, o corpo do jornalista ainda não foi detetado.

O seu assassinato colocou a Arábia Saudita perante uma grave crise diplomática e deteriorou consideravelmente a reputação do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, acusado por responsáveis norte-americanos e turcos de ter ordenado a morte.

Riade atribuiu este assassínio a elementos “incontrolados”. O processo de 11 suspeitos foi aberto no início de janeiro na Arábia Saudita e o procurador-geral solicitou a pena de morte contra cinco dos indiciados.

// Lusa

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