Michael Brown tinha 18 anos quando, há dez dias atrás, foi morto a tiro pelo polícia Darren Wilson na cidade de Ferguson, no Estado de Missouri.
A morte do rapaz negro, que estava desarmado, pelas mãos de um polícia branco trouxe à tona tensões raciais subjacentes na sociedade americana, e em particular na pequena cidade de Ferguson, um subúrbio de St. Louis de maioria negra, mas com uma polícia maoritariamente branca.
A cidade de Ferguson foi palco de manifestações que começaram pacificamente em protesto pela morte de mais um jovem afroamericano – protestos que escalaram, tornaram-se violentos e levaram o governo federal a enviar uma força nacional para conter os ânimos.
Alguns fatos já são conhecidos. Já se sabe agora a identidade do polícia que disparou contra Michael Brown – Darren Wilson. A segunda autópsia no corpo revelou que foram seis disparos contra o rapaz – dois deles na cabeça.
O governo federal prometeu entrar em ação nas investigações. O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, anunciou uma terceira autópsia, a cargo do Departamento de Justiça.
Mas, até agora, testemunhas e a polícia apresentaram versões diferentes para a morte.
O que dizem as testemunhas
Eric Davis, primo de Michael Brown, relatou que o jovem se ajoelhou diante da polícia com as mãos ao alto e disse “não atirem”, e que mesmo diante disso o polícia disparou.
Dorian Johnson, amigo de Brown que estava com o jovem na fatídica noite, disse que a desavença começou quando o polícia Darren Wilson ainda estava sentado dentro da viatura da polícia. Foi dali que disparou contra Brown.
O rapaz teria levado um tiro nas costas e virado-se para o polícia com seus braços levantados. Segundo Johnson, o oficial disparou várias vezes contra Brown.
Tiffany Mitchell, outra testemunha, fez um relato parecido à CNN, afirmando que Brown e Wilson trocaram agressões quando o polícia estava ainda sentado dentro do carro, e Brown de pé ao lado da janela. Mitchell diz que o polícia atirou sentado, a partir de dentro do carro. Brown correu e foi perseguido pelo polícia, que desceu do carro e continuou a disparar.
O advogado de Brown, Benjamin Crump, diz que as autópsias no corpo do adolescente mostram que as versões das testemunhas são verídicas.
O que diz a polícia
A polícia afirma que o agente Darren Wilson pediu a Brown que saísse do meio da rua, onde o jovem caminhava com seu amigo Dorian Johnson, e usasse o passeio.
Brown teria discutido com o polícia, impedindo que descesse do veículo. A dada altura, os dois lutaram pela arma do polícia. Um tiro foi disparado de dentro do carro. Em seguida, o agente saiu do veículo e disparou contra Brown.
De acordo com o relato do chefe da polícia do condado de St. Louis, Jon Belmar, à imprensa, Wilson estava a uma distância de dez metros de Michael Brown quando efetuou o disparo. As autoridades recusaram-se a dar mais detalhes.
A polícia divulgou um vídeo em que Brown aparece, poucos minutos antes, a roubar tabaco e a agredir uma pessoa numa loja de conveniência. No entanto, o chefe de polícia de Ferguson, Thomas Jackson, reconhece que o incidente não teve nenhuma relação com os disparos. A abordagem policial só aconteceu porque o jovem estava a andar no meio da rua – chamado de jaywalking, atravessar a rua de forma imprudente é ilegal nos EUA.
O polícia tem seis anos de experiência e está afastado em licença remunerada desde o incidente.
Ferguson em estado de emergência
Entretanto, a Guarda Nacional será enviada à cidade de Ferguson, no Estado do Missouri, em meio a uma escalada dos protestos pela morte do jovem.
A cidade é palco de batalhas entre as autoridades e dezenas de manifestantes que reprovam o comportamento da polícia. O Missouri declarou estado de emergência e anunciou um toque de recolher no sábado em resposta à violência.
O governador do Estado, Jay Nixon, ordenou o envio para “ajudar a restabelecer a paz e a ordem e proteger os cidadãos de Ferguson”.
A medida foi anunciada após a polícia ter enfrentado manifestantes antes de uma segunda noite de recolher obrigatório. Oficiais dispersaram a multidão e não foram registadas vítimas.
O caso tem sido visto como um sinal de como os Estados Unidos não conseguiram livrar-se das tensões raciais.
ZAP / BBC
Protestos em Ferguson
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🙁
Não sei bem porque não gosto da Liberdade dos estados unidos… será por ser só uma estátua?
Já parece o livrem-nos da policia que dos bandidos livramo-nos nós!!!
E é este o país que quer ser policia do mundo?… “porra…”!!!
Mikesan, diz-nos então de que liberdade gostas? Da liberdade da Cuba dos que fogem a nado? Da liberdade da Venezuela dos que são proibidos de ter dinheiro estrangeiro? Da liberdade da Rússia dos que são presos por cantar? Da liberdade do Estado Islâmico dos que são mortos às centenas por ser de outra religião? Da liberdade da Coreia do Norte dos que … bem, da Coreia do Norte nem precisamos de falar.
Escolhe lá a tua liberdade.
Por mim, mil vezes a liberdade da Estátua.
factos: o policia está a passar de carro, manda o jovem sair do meio da estrada e o jovem em vez de sair vai para junto da janela do carro da policia… fazer o quê? talvez trocar mimos com o policia? o jovem conhecendo melhor a policia de lá, do que estava à espera por desobedecer à policia? que o policia lhe desse um bombom?… realmente esta libertinagem e falta de principios de respeito de hoje em dia é nisto que dá: bandidos que depois são tratados como coitadinhos!
O pior é que como um dos tiros foi ainda dentro do carro pode ter acontecido que o rapaz foi-se a arma do agente e possivelmente ter tentado roubar a mesma.